
Trabalho como resistência
Out 28, 2020 | Capítulos, Publicações

Trabalho como resistência: luta operária de mulheres durante o período revolucionário português
- Pamela Peres Cabreira
- História do Movimento Operário e Conflitos Sociais em Portugal. Atas do IV Congresso História do Trabalho, do Movimento Operário e dos Conflitos Sociais em Portugal e III Conferência do Observatório para as Condições de Trabalho e Vida
- Pamela Peres Cabreira (Org.) & Raquel Varela (Coord. Científica)
- 2020
- Lisboa: Instituto de História Contemporânea | Colecção E-IHC
- Idioma: Português
- ISBN: 978-989-8956-20-0
- 517-526 p.
Excerto:
O presente artigo tem como objetivo analisar o processo de luta das operárias da empresa têxtil Sogantal durante o período revolucionário português. O papel histórico das mulheres trabalhadoras após o 25 de Abril, em suas representações sociais no campo laboral, mas também nas condições e mudanças em suas vidas privadas – enquanto mulheres, mães, esposas, domésticas –, interessa-nos para se compreender as transmutações na vida e na condição feminina no Portugal contemporâneo. Ao empreender uma intensa luta pelo direito ao trabalho, as operárias da Sogantal iniciam ocupação e autogestão da fábrica já em maio de 1974, numa dualidade entre a intensidade de manutenção desta luta e de suas vidas privadas, ainda condicionadas às premissas do «lugar da mulher», herdados dos mais de 40 anos do regime repressivo e autoritário estadonovista. Essas 48 mulheres, entre os 13 e 24 anos, tomaram a responsabilidade da autonomia operária, assumindo um caráter de enfrentamento pela classe trabalhadora, com intensa troca de informações e solidariedade entre fábricas da região, apoios mútuos na venda da produção e relação direta com sindicatos e comissões de trabalhadores.
Sobre o livro:
Nos últimos decénios tem feito curso nas ciências sociais e humanas a ideia de que as sociedades teriam deixado de se organizar em torno do trabalho. Paralelamente, tem-se afirmado igualmente o fim das ideologias, do sindicalismo ou da militância. No entanto, o que a realidade nos mostra é que, ao invés da supressão do trabalho, se tem vindo a assistir antes ao crescimento do número de pessoas nele envolvidas. Nesta nova etapa de desenvolvimento do capitalismo, o trabalho não se extinguiu e o que se verifica, verdadeiramente, é que sofreu profundas transformações ao ter-se tornado, para largos setores, mais instável, multifacetado, intensificado e desvalorizado. Por conseguinte, há que redescobrir o trabalho, tornar visível o que alguns pretendem ocultar e apreender toda a sua complexidade a partir dos olhares diversos que são protagonizados pelas várias ciências, numa perspectiva inter e multidisciplinar. Por outro lado, há que evidenciar igualmente as consequências da intensificação e da desvalorização do trabalho para a saúde dos trabalhadores e as suas condições de vida, bem como as modalidades de resistência que estes lhes opõem – no presente e no passado. Esta é a abordagem deste livro, que corresponde à organização dos textos e temas apresentados no IV Congresso de História do Trabalho, do Movimento Operário e dos Movimentos Sociais em Portugal & III Conferência do Observatório para as Condições de Trabalho e Vida, realizado na cidade de Lisboa em Novembro de 2019.
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Detalhes do Evento
12ª edição da jornada dedicada à história da Mina de São Domingos, em Mértola, dando ênfase às interligações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente. Minas, tecnologias e educação: convergências
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Detalhes do Evento
12ª edição da jornada dedicada à história da Mina de São Domingos, em Mértola, dando ênfase às interligações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente.
Minas, tecnologias e educação: convergências
12ª Jornada Interdisciplinar na Mina de São Domingos
O Instituto de História Contemporânea, através do grupo de investigação em História da Ciência, da Tecnologia e do Ambiente promove, no dia 5 de Dezembro de 2025, a 12.ª Jornada Interdisciplinar na Mina de São Domingos – Minas, tecnologias e educação: convergências. O evento decorrerá de forma presencial na Mina de São Domingos.
As Jornadas Interdisciplinares, organizadas há mais de uma década, são dedicadas à história da Mina de São Domingos, enfatizando as interligações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente e a sua aplicação num contexto educativo/museológico.
O enquadramento do tema (e das comunicações) é o seguinte:
Durante cerca de um século, uma povoação originada pela exploração mineira vivenciou de forma diferenciada o encontro de culturas de dois países – Portugal e Inglaterra – e os avanços tecnológicos da época, que foram aplicados nas infraestruturas e na própria extração e processamento das pirites: a Mina de São Domingos. Com o fim da exploração mineira ficaram a nu, um passivo ambiental, cuja resolução constitui um desafio atual, e um património diversificado, que importa preservar. É sobre a história desta povoação mineira em particular, entre outras situadas ao longo da Faixa Piritosa Ibérica, que se pretende cruzar as visões de especialistas em áreas como a antropologia, a arqueologia, a biologia, a geologia, a história, a história da ciência, a química, a sociologia e o urbanismo, com ênfase para um debate centrado nas questões científicas, tecnológicas e ambientais, um contributo disponível para todos os que se interessam pelo tema e que pensamos de especial utilidade para profissionais de ensino e dos serviços educativos, na sua actuação com as comunidades.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até 4 de Dezembro para o email fserraomartins@gmail.com ou via telefone 286 647 534.
>> Programa completo (📎 PDF) <<
Programa resumido:
09h30 – Sessão de abertura
10h00 – Sessão de comunicações: Sinais de modernidade no território mineiro de São Domingos
11h15 – Sessão de comunicações: Evidências de actividade em São Domingos: Das fontes à divulgação
12h15 – Sessão de encerramento das comunicações
12h45 – Interrupção para almoço
14h30 – Saída de campo: Complexo Mineiro de São Domingos: Dos impactes da exploração à recuperação ambiental
17h30 – Apresentação do livro “Alma Lavra”, de Margarida Azevedo
18h00 – Encerramento
Comissão organizadora:
Jorge Ferreira (IHC – Universidade de Évora / IN2PAST)
Rosinda Pimenta (Fundação Serrão Martins)
Maria de Fátima Nunes (IHC – Universidade de Évora / IN2PAST)
Tempo
(Sexta-feira) 9:30 am - 6:00 pm
Localização
Edifício Musical da Mina de São Domingos
Mina de São Domingos — 7750-312 Mértola
Organizador
Instituto de História Contemporânea — Universidade de Évora, Câmara Municipal de Mértola, Fundação Serrão Martins e LNEG
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