Do otimismo da vontade às possibilidades em curso
Fev 19, 2021 | Capítulos, Publicações
Do otimismo da vontade às possibilidades em curso
- João Carlos Louçã
- Quando a História Acelera. Resistência, movimentos sociais e o lugar do futuro
- João Carlos Louçã e Paula Godinho (Orgs.)
- 2021
- Lisboa: Instituto de História Contemporânea | Colecção E-IHC
- Idioma: Português
- ISBN: 978-989-8956-231
- 21-37 p.
Excerto:
Procurar interpretar o tempo que há de vir com as ferramentas da Antropologia, foi o objetivo de um trabalho nos Pirenéus de Aragão. Nele indaguei algumas das redes que produziam e trocavam bens e serviços, ocupavam espaços e territórios deixados livres pelo mercado, criavam novas localidades, afinal exemplos de alternativas possíveis ao capitalismo tardio em que vivemos. O ponto de partida foi a ideia de crise, sobretudo aquela que a partir de 2008, impôs a austeridade seletiva para grande parte do mundo. Nesse percurso, procurei argumentos para esconjurar o pessimismo das crises recorrentes e da crise que continua à espreita, intensificada pela degradação ambiental e climática, através dos exemplos de resistência da classe que vive do seu trabalho -a possibilidade estreita que nos afasta da barbárie. Sem grandes contemplações, o mundo que se fez global no nosso tempo de vida, não parece oferecer muitas alternativas à esperança de dias melhores.A política afunilou-se na gestão do possível, na melhor das hipóteses em alternância, não de modelos alternativos para a sociedade e os seus sentidos comuns, mas das equipas que gerem a escassez de recursos no paradoxo da maior montanha de riqueza acumulada que o planeta jamais viu. As ideologias, dadas como mortas e enterradas a partir de 1989, com a queda do muro de Berlim e o consequente triunfo do capitalismo sobre os países de influência soviética, são terreno ainda fértil para encarar o futuro e encontrar os caminhos que podemos ainda percorrer.
Sobre o livro:
Nesta obra, vários autores foram convidados a olhar para momentos do tempo em que, como escreveu Galeano, chove de baixo para cima. A partir de várias formações disciplinares, os investigadores que responderam ao repto olham para o tempo comum, para o dia anterior, para as rotinas que corroem, mas que também permitem sobreviver, para os fluxos de gente que se movimenta à procura de uma vida melhor, para a conquista da cidade e do espaço de reconhecimento, para as margens da vida, com as pequenas histórias das personagens secundárias, dos sobreviventes, dos subversivos, dos indígenas, daqueles que em narrativa estranha são entendidos como falhados, incompletos, fadados ao fracasso, irrelevantes. Conjugar o tempo longo, através da memória, do arquivo, da fotografia e da literatura, é um exercício a partir de um dado presente, num tempo de pandemia em que a duração parece ter coagulado. Contudo, convém retirar o tempo forte do baú, e escapar das debilidades presentistas do fim da história, do presente contínuo em que tudo parece confundir-se. A tanto nos propusemos, com esta obra destinada a interrogar os momentos de aceleração da história, os que os precedem e o lastro num tempo longo.
Outras Publicações
Pesquisa
Agenda
setembro, 2024
Tipologia do Evento:
Todos
Todos
Apresentação
Ciclo
Colóquio
Conferência
Congresso
Curso
Debate
Encontro
Exposição
Inauguração
Jornadas
Lançamento
Mesa-redonda
Mostra
Open calls
Outros
Palestra
Roteiro
Seminário
Sessão de cinema
Simpósio
Workshop
- Event Name
seg
ter
qua
qui
sex
sab
dom
-
-
-
-
-
-
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Detalhes do Evento
Conferência organizada por Paula Godinho. Argumentos e Tempos: A Antropologia à Prova do Futuro
Ver mais
Detalhes do Evento
Tempo
(Terça-feira) 10:00 am - 6:00 pm
Organizador
Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboacomunicacao.ihc@fcsh.unl.pt Avenida de Berna, 26C — 1069-061 Lisboa
Detalhes do Evento
Conversa e inauguração da exposição que marcam o culminar do projecto de investigaão "Habitar Siza", integradas na Trienal de Arquitectura de Lisboa. Habitar Siza Conversa:
Ver mais
Detalhes do Evento
Conversa e inauguração da exposição que marcam o culminar do projecto de investigaão “Habitar Siza“, integradas na Trienal de Arquitectura de Lisboa.
Habitar Siza
Conversa:
Habitar Siza e as geografias da arquitectura, 17h
Exposição:
Habitar Siza: a arquitectura por quem lá mora, 19h (10 de Setembro a 3 de Novembro)
O projecto de investigação Habitar Siza, coordenado por Eduardo Ascensão (CEG-IGOT), Paulo Catrica (IHC — NOVA FCSH) e André Carmo (CICS.NOVA — Universidade de Évora), culmina com a exposição Habitar Siza: a arquitectura por quem lá mora, integrada na Trienal de Arquitectura de Lisboa. A abertura está agendada para as 19h do dia 10 de Setembro.
A exposição analisa o modo como as pessoas que habitam espaços desenhados por Álvaro Siza experienciam e interagem com a disposição espacial dos seus apartamentos, as micro-tecnologias da casa, os espaços públicos dos edifícios e o estatuto de atracção turística dos prédios onde moram. Procura preencher a lacuna de investigação existente sobre a obra de Siza, relativa à quase ausência de estudos sobre a recepção e apropriação da sua arquitectura por quem lá mora. O estudo debruça-se sobre três casos com populações com posições de classe diferentes, desde a população de baixos rendimentos para quem o Bairro da Bouça no Porto foi originalmente concebido, à população de classe média-baixa da Malagueira, em Évora e, finalmente, à população de rendimentos muito altos dos Terraços de Bragança, em Lisboa. A investigação seguiu uma abordagem etnográfica, com recurso a entrevistas aprofundadas a quem habita os lugares, visitas a casa e solicitação fotográfica de olhar ‘a pessoa em acção’ com a habitação.
Antes da inauguração da exposição, às 17h, terá lugar a conversa Habitar Siza e as geografias da arquitectura. Inicia-se com intervenções de Eduardo Ascensão (CEG-IGOT), Ana Catarina Costa (CEG-IGOT / FAUP), Ricardo Agarez (Iscte-IUL) e Loretta Lees (Boston University, via online). Segue-se a conferência “Fazer Palavras com Coisas: A política e a poética dos conjuntos habitacionais do atelier Elemental“, por Ignacio Farías (Humboldt University).
ENTRADA LIVRE
Tempo
(Terça-feira) 5:00 pm - 8:00 pm
Localização
Palácio Sinel de Cordes
Campo Santa Clara, 144 — 1100-458 Lisboa
Organizador
Várias instituições
Detalhes do Evento
A obra de autoria de José Neves e Leonor Pires Martins, fruto da exposição sobre a vida e legados de Amílcar Cabral, vai ser apresentada por
Ver mais
Detalhes do Evento
A obra de autoria de José Neves e Leonor Pires Martins, fruto da exposição sobre a vida e legados de Amílcar Cabral, vai ser apresentada por José Neves e Flávio Almada no âmbito das comemorações do centenário de Amílcar Cabral, em Coimbra.
Cabral Ka Mori
Esta sessão de apresentação insere-se no ciclo “Amílcar Geração e Comemorações em Coimbra do Centenário de Amílcar Cabral”, que se prolonga até 13 de Setembro, e faz parte da oficina “Como manter Amílcar Cabral vivo“.
Sobre o livro:
Amílcar Cabral foi, por direito próprio, uma figura destacada do século XX. Ao longo das últimas décadas, o sentido da vida de Cabral foi alvo de inúmeras interpretações, de diversos usos e até de renovado interesse. A sua memória permanece viva no século XXI. «Amílcar Cabral, Uma Exposição» nasceu como mais um modo de usar este legado, com o Estado português a fazer dele um motivo de comemoração histórica, por ocasião dos 50 anos do 25 de Abril.
O livro‑catálogo que daí resulta, da autoria dos historiadores José Neves e Leonor Pires Martins, comissários da exposição, percorre 50 peças que nos levam a momentos e lugares da vida de Amílcar Cabral, mas também indiciam o tempo, o espaço e a experiência de quem o conheceu, vigiou, admirou, filmou, retratou ou cantou. O agrónomo e líder das lutas de libertação está omnipresente neste projecto que leva o seu nome, mas muitos momentos têm protagonistas próprios, da fotógrafa italiana Bruna Polimeni ao músico angolano David Zé, passando pelo líder cubano Fidel Castro, falando‑nos também de liberdade, luta anti-colonial e descolonização.
Inclui também textos de Alfredo Caldeira, Aurora Almada e Santos e Ricardo Santos & Miguel Fevereiro.
.
Mais informações sobre o livro
Tempo
(Terça-feira) 6:00 pm - 7:30 pm
Organizador
IN2PAST, Tinta da China, Cena Lusófona e Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril
Notícias
“Habitar Siza” culmina com exposição na Trienal de Arquitectura de Lisboa
Set 9, 2024
A exposição “Habitar Siza: a arquitectura por quem lá mora” é inaugurada a 10 de Setembro
ERC financia projecto de Arturo Zoffmann sobre o impacto dos estados de excepção
Set 5, 2024
Arturo Zoffmann Rodriguez recebeu uma Starting Grant do European Research Council
InDigit — Elisabete Pereira co-coordena projecto exploratório do IN2PAST
Jul 26, 2024
Revelados os resultados do terceiro concurso de projectos exploratórios do IN2PAST, InDigit foi um dos aprovados