Sofia Pomba Guerra
Jul 8, 2019 | Artigos, Publicações
Sofia Pomba Guerra: uma feminista na Imprensa Moçambicana dos anos 1930
- Pamela Peres Cabreira & Luís Carvalho
- 2019
- ex æquo
- Número 39
- 121-135
- Idioma: Português
- DOI: https://doi.org/10.22355/exaequo.2019.39.08
- ISSN: 0874-5560 / 2184-0385 (online)
No presente artigo, aborda-se a intervenção de Sofia Pomba Guerra na imprensa de Moçambique na década de 1930, através dos jornais O Emancipador e Notícias. Trata-se do início de um percurso de ativismo que a levará mais tarde a ter um papel de liderança na oposição à ditadura de Salazar em Moçambique e na Guiné, e a prestar um importante apoio ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Agente ativa na defesa da mulher, da sua inserção social e política, a jovem Sofia protagonizará uma campanha de imprensa pelo direito ao trabalho e à igualdade económica entre homens e mulheres. Marcada pelo seu tempo e condição social, levantará questões na imprensa colonial que até então eram delegadas às falas masculinas, o que nos permite trazer como hipótese sua importância em tomar para si espaços de polémica enquanto mulher e feminista.
Palavras-chave:
Sofia Pomba Guerra, imprensa colonial, mulher, trabalho, feminismo
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Primeiro de dois seminários de Colin Darch: será dedicado às lutas pela descolonização e reforma dos currículos de estudos africanos em África. Colocando Africanos e Afrodescendentes de Volta Dentro
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Detalhes do Evento
Primeiro de dois seminários de Colin Darch: será dedicado às lutas pela descolonização e reforma dos currículos de estudos africanos em África.
Colocando Africanos e Afrodescendentes de Volta Dentro da História:
Experiências de Descolonização Curricular na Tanzânia e na África do Sul
O objectivo deste seminário é tentar analisar as experiências de duas lutas pela “descolonização” ou reforma dos currículos para ‘estudos africanos’ que aconteceram em instituições africanas de ensino superior. Analisaremos primeiro o caso da Universidade de Dar es Salaam nas décadas de 1960 e 1970, e segundo o caso da Universidade pós-apartheid da Cidade do Cabo (UCT), no final da década de 1990. A questão fundamental é, em que deve consistir um conteúdo programático adequado para o ensino das histórias africanas, e como deve ser ensinado? Construir um currículo que satisfaça os critérios pedagógicos, políticos e científicos que lhe serão exigidos, enfrenta uma dificuldade fundamental, nomeadamente o fato indiscutível de que a própria história africana, como disciplina acadêmica, ainda não foi totalmente descolonizada. A existência de múltiplos ‘Centros de Estudos Africanos’ no hemisfério norte é testemunho do papel predominante de revistas e programas de pesquisa norte- americanos e europeias na produção e também na curadoria de conhecimentos históricos sobre a África. Além disso, mesmo em países africanos, as lutas pela reforma do currículo não têm sido necessariamente tão bem sucedidas quanto se esperava – romper com as epistemologias eurocêntricas dominantes revelou-se uma tarefa difícil.
Sobre o orador:
Colin Darch — Historiador, sociólogo e documentalista académico sul-africano, reformado desde 2014, com vasta experiência de trabalho em universidades e centros de investigação: na Etiópia (1971-1974), Tanzânia (1975-1978), Moçambique (1979-1987), Zimbabué (1987-1991) e também no Brasil (1991-1992 e 2016). Formação pós-graduada como bibliotecário e documentalista; doutorado em história da Rússia pela Escola de Análise Social e Económica da Universidade de Bradford (Reino Unido). De 1997 a 2000, trabalhou como bibliotecário e documentalista no Consórcio de Bibliotecas do Cabo (CALICO, Cidade do Cabo); de 1992 a 1997, foi Professor da Universidade do Cabo Ocidental da Cidade do Cabo; de 2000 a 2013, foi Professor na Universidade do Cabo; de 2014 a 2023, foi Investigador Associado Honorário, da Unidade de Governança Democrática e Direitos, na Universidade da Cidade do Cabo. De 2017 a 2023 foi Investigador Honorário do Conselho de Pesquisa em Ciências Humanas, na Cidade do Cabo. Das obras mais recentes, destacam-se: “Voices of Liberation: Samora Machel. Leader and Liberator in Southern Africa“, editado com David Hedges (HSRC, 2024); “A Dictionary of Mozambican History and Society“, com Amélia Neves de Souto (HSRC, 2022); e “Nestor Makhno and Rural Anarchism in Ukraine, 1917-1921” (Pluto Press, 2020).
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