
Resistências e reciprocidades no Sul de Portugal
Fev 19, 2021 | Capítulos, Publicações

Resistências e reciprocidades no Sul de Portugal
- Ema Pires
- Quando a História Acelera. Resistência, movimentos sociais e o lugar do futuro
- João Carlos Louçã e Paula Godinho (Orgs.)
- 2021
- Lisboa: Instituto de História Contemporânea | Colecção E-IHC
- Idioma: Português
- ISBN: 978-989-8956-231
- 267-281 p.
Excerto:
Este texto explora como os residentes de Monte da Pedra, uma freguesia rural do concelho do Crato (distrito de Portalegre, no Sul de Portugal), resistiram (e continuam a resistir) ao contexto de medidas de austeridade no país durante os anos da Troika e na actualidade. Em concreto, o texto explora processos de resistência quotidiana que se dão, de modo aparentemente invisível, em espaços rurais classificados como longínquos face às centralidades (urbanas, mediáticas, turísticas) da contemporaneidade neoliberal. Com base em pesquisa etnográfica realizada no sul de Portugal, argumenta-se que em lugares aparentemente mais remotos encontramos (entre mulheres e homens) modalidades de acção colectiva que configuram micro-tecnologias de subversão, formas auto-construídas de solidariedade, de resistência quotidiana à presente ordem neoliberal do capitalismo, como o recurso ao humor e esquemas colaborativos de reciprocidade vicinal. Com vista a ilustrar o presente argumento, apresentam-se cinco vinhetas etnográficas.
Sobre o livro:
Nesta obra, vários autores foram convidados a olhar para momentos do tempo em que, como escreveu Galeano, chove de baixo para cima. A partir de várias formações disciplinares, os investigadores que responderam ao repto olham para o tempo comum, para o dia anterior, para as rotinas que corroem, mas que também permitem sobreviver, para os fluxos de gente que se movimenta à procura de uma vida melhor, para a conquista da cidade e do espaço de reconhecimento, para as margens da vida, com as pequenas histórias das personagens secundárias, dos sobreviventes, dos subversivos, dos indígenas, daqueles que em narrativa estranha são entendidos como falhados, incompletos, fadados ao fracasso, irrelevantes. Conjugar o tempo longo, através da memória, do arquivo, da fotografia e da literatura, é um exercício a partir de um dado presente, num tempo de pandemia em que a duração parece ter coagulado. Contudo, convém retirar o tempo forte do baú, e escapar das debilidades presentistas do fim da história, do presente contínuo em que tudo parece confundir-se. A tanto nos propusemos, com esta obra destinada a interrogar os momentos de aceleração da história, os que os precedem e o lastro num tempo longo.
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setembro, 2025
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Conferência de promoção do conhecimento debate sobre os contributos das mulheres, no contexto das lutas pelas independências e sobre os progressos e recuos ocorridos nos últimos cinquenta anos. 50
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Detalhes do Evento
Conferência de promoção do conhecimento debate sobre os contributos das mulheres, no contexto das lutas pelas independências e sobre os progressos e recuos ocorridos nos últimos cinquenta anos.
50 Anos de Independência, 50 Anos de Lutas das Mulheres
Das lutas anticoloniais às lutas do quotidiano:
lugares das mulheres nos 50 anos das independências
Esta conferência pretende promover o conhecimento e a discussão pública sobre os contributos das mulheres, no contexto das lutas pelas independências — em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal — e sobre os progressos e recuos ocorridos, nos últimos cinquenta anos, em matéria de participação política e direitos das mulheres, nestes mesmos contextos.
A mobilização e a participação das mulheres nas lutas de libertação contra o colonialismo português não chamaram particular atenção na academia até à última década. As raras investigações realizadas mostram que mesmo que algumas tenham chegado a postos de chefia e de decisão, os países independentes reproduziram rapidamente as relações desiguais de género. Nos mesmos estudos, enunciam-se sentimentos de desilusão e de traição a partir dos relatos dessas mulheres.
À medida que o percurso dos países independentes avançou, a situação da grande maioria das mulheres melhorou, mas não significativamente. As condições políticas e económicas de Estados recém-nascidos não favoreceram a emancipação das mulheres e a estrutura patriarcal do Estado manteve-se. Apesar de um reconhecimento formal dos direitos das mulheres, a sua valorização foi sendo remetida para o mérito individual, desligada de análises de fundo e acções políticas estruturais
Assistiu-se a um apagamento dos papéis das mulheres nas lutas de libertação na memória nacional oficial. O reconhecimento dado à participação feminina na luta de libertação nacional encontra-se limitado a celebrações oficiais e ao reconhecimento público de algumas, vistas como excepcionais, como Titina Silá, na Guiné-Bissau, ou Josina Machel em Moçambique. A invisibilização de muitas outras mulheres que participaram nas lutas de libertação revela como hoje continuam relevantes as lutas pelo seu reconhecimento.
A entrada é livre para as sessões da manhã e de cinema. No entanto, devido a limitação de espaço, é necessária inscrição nas rodas de conversa neste link.
>> Programa detalhado (PDF) <<
Tempo
25 (Quinta-feira) 9:30 am - 26 (Sexta-feira) 8:00 pm
Organizador
Várias instituições

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Actividade inserida na programação do IHC para a Noite Europeia dos Investigadores 2025 em Évora. Promovida pelo projecto KNOW.AFRICA. Angola —
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Actividade inserida na programação do IHC para a Noite Europeia dos Investigadores 2025 em Évora. Promovida pelo projecto KNOW.AFRICA.
Angola — saberes em movimento:
Ciência e indivisibilidade nas expedições portuguesas do século XIX
As/os investigadoras/es do projecto KNOW.AFRICA apresentam dois painéis expositivos da mostra “Angola – saberes em movimento: ciência e invisibilidades nas expedições portuguesas do século XIX” inaugurada, anteriormente, no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo no Dia de África (25 de Maio 2025). A mostra é dedicada os indígenas que viajaram com os exploradores portugueses em África e que contribuíram de forma significativa para a construção do conhecimento e colecções científicas.
Investigadora responsável: Sara Albuquerque
Tempo
(Sexta-feira) 5:00 pm - 10:00 pm
Organizador
Várias instituições

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Actividade inserida na programação do IHC para a Noite Europeia dos Investigadores 2025 em Évora. Promovida pelo projecto PHONLAB. Som, ciência
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Actividade inserida na programação do IHC para a Noite Europeia dos Investigadores 2025 em Évora. Promovida pelo projecto PHONLAB.
Som, ciência e memória:
Armando de Lacerda e o Laboratório de Fonética Experimental de Coimbra
Integrada no projeto PHONLAB, esta actividade pretende dar a conhecer a história da fonética experimental em Portugal, através da apresentação de uma exposição e da exibição de um vídeo sobre o Laboratório de Fonética Experimental de Coimbra, criado em 1936 pelo foneticista Armando de Lacerda. Esta iniciativa pretende cruzar o passado e o presente, divulgando a história de um dos laboratórios de fonética mais avançados na Europa em meados do século XX, com o projeto de musealização em curso.
A actividade pretende tornar acessível a história da fonética experimental, bem como o trabalho inovador de Armando de Lacerda, promovendo a educação e a literacia científica. Dá a conhecer ainda um projecto de preservação e de salvaguarda do património e da memória de um espaço de ciência que durante muito tempo esteve esquecido, contribuindo para os esforços de preservação do património científico e de valorização de uma ciência mais aberta e inclusiva, próxima dos cidadãos e da comunidade.
Investigadora responsável: Ângela Salgueiro
Tempo
(Sexta-feira) 5:00 pm - 10:30 pm
Organizador
Várias instituições

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Actividade inserida na programação do IHC para a Noite Europeia dos Investigadores 2025 em Évora. Promovida pelo projecto Botanising the City. Visita ao Jardim Público
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Actividade inserida na programação do IHC para a Noite Europeia dos Investigadores 2025 em Évora. Promovida pelo projecto Botanising the City.
Visita ao Jardim Público de Évora
Uma visita orientada que vai dar a conhecer o Jardim Público de Évora e a descobrir, entre árvores e arbustos, pequenos segredos.
Actividade promovida pelo Instituto de Investigação e Formação Avançada (IIFA) da Universidade de Évora, em parceria com o IHC, e integrada nos objectivos do projecto Botanising the City.
O ponto de encontro será junto ao stand do IIFA.
Investigadora responsável: Sara Albuquerque
Tempo
(Sexta-feira) 6:00 pm - 7:00 pm
Organizador
Várias instituições

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Nona edição da Conferência José Medeiros Ferreira, que marca o início do ano lectivo 2025/2026 do Doutoramento em História na NOVA FCSH. La reconquista en
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Nona edição da Conferência José Medeiros Ferreira, que marca o início do ano lectivo 2025/2026 do Doutoramento em História na NOVA FCSH.
La reconquista en el debate público y académico actual
Alejandro García Sanjuán (Universidad de Huelva)
A Conferência José Medeiros Ferreira 2025 vai ser proferida por Alejandro García Sanjuán, da Universidade de Huelva. A conferência é destinada aos alunos/as do Doutoramento em História, mas está aberta a todas as pessoas interessadas.
Resumo:
Amplamente desenvolvida em Espanha como conceito académico desde o século XIX, a noção de ‘Reconquista’ abrigou desde o início um forte peso ideológico, ao propor uma visão marcadamente excludente da identidade espanhola em termos de uma nação forjada contra o Islão. Embora actualmente tenha perdido a hegemonia académica que exerceu até ao final da ditadura franquista, a posterior reactivação da versão mais tóxica do conceito, no quadro da doutrina do Choque de Civilizações, gerou no medievalismo espanhol um debate em que se distinguem diversas perspectivas aqui abordadas.
Sobre o orador:
Alejandro García Sanjuán é Professor Catedrático de História Medieval na Universidad de Huelva (Espanha). O seu principal campo de investigação é o história medieval peninsular, com especial foco na história do al-Andalus. Entre as suas publicações de destaque encontram-se Till God Inherits the Earth. Islamic Pious Endowments in al-Andalus (9th-15th century) (Brill, 2007); La conquista islámica de la península ibérica y la tergiversación del pasado: del catastrofismo al negacionismo (Marcial Pons, 2013, Prémio Drouin da Académie des Inscriptions et Belles-Lettres de Paris) e Yihad. La regulación de la guerra en la doctrina islámica clásica (Marcial Pons, 2020). Co-editou ainda, com M. Fierro, Hispania, Al-Andalus y España: identidad y nacionalismo en la historia peninsular (Marcial Pons, 2020), e com H. Fancy, What Was the Islamic Conquest of Iberia? Understanding the New Debate (Routledge, 2021). Mais recentemente editou The Taifa Kingdoms: Reconsidering 11th-Century Iberia (De Gruyter-Brill, 2025). Foi professor visitante no Institute for Advanced Study de Princeton (2019) e Leverhulme Trust Visiting Professor na Universidade de Leicester (2023). Actualmente, integra o conselho editorial do Journal of Medieval Iberian Studies (Taylor & Francis) e da revista Hispania (CSIC, Madrid).
Tempo
(Sexta-feira) 6:00 pm - 8:00 pm
Organizador
Instituto de História Contemporânea — NOVA FCSH, Instituto de Estudos Medievais — NOVA FCSH e CHAM - Centro de Humanidades

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Actividade inserida na programação do IHC para a Noite Europeia dos Investigadores 2025 em Évora. Promovida pelo projecto KNOW.AFRICA. Música angolana,
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Actividade inserida na programação do IHC para a Noite Europeia dos Investigadores 2025 em Évora. Promovida pelo projecto KNOW.AFRICA.
Música angolana, partitura portuguesa:
Interpretação de uma canção ouvida por Capelo e Ivens em Angola (1877-1880)
As/os investigadoras/es do projecto KNOW.AFRICA revelam uma partitura musical que se encontra entre os escritos de Capelo e Ivens sobre a expedição científica realizada a Angola entre 1877 e 1880. A canção, ouvida pelos exploradores enquanto cartografavam a geografia do continente africano, é interpretada pelo professor Vasco Ramalho e alunos/as do Departamento de Música da Escola de Artes da Universidade de Évora.
O projecto KNOW.AFRICA está a estudar os indígenas que viajaram com os exploradores europeus no século XIX e que contribuíram de forma significativa para a construção do conhecimento científico e a formação das colecções resultantes dessas expedições. Foram invisibilizados pela ciência europeia e ignorados pela historiografia por muito tempo.
Investigadora responsável: Sara Albuquerque
Tempo
(Sexta-feira) 7:00 pm - 8:00 pm
Organizador
Várias instituições
Notícias
Cláudia Ninhos recebe financiamento para estudar o Holocausto na imprensa ibérica
Set 25, 2025
A FCT aprovou o financiamento do projecto exploratório IPHAS
IHC regressa à Noite Europeia dos Investigadores em Évora
Set 12, 2025
O IHC vai novamente participar na NEI com quatro actividades para todas as idades
Práticas da História celebra 10 anos
Jul 24, 2025
O primeiro número da revista foi publicado em Julho de 2015