
“Isso já não existe nada, isso tudo já acabou”
Fev 19, 2021 | Capítulos, Publicações

“Isso já não existe nada, isso tudo já acabou” — Pensar a Reforma Agrária através das imagens de uma investigação em curso
- Maria Alice Samara & Vanessa de Almeida
- Quando a História Acelera. Resistência, movimentos sociais e o lugar do futuro
- João Carlos Louçã e Paula Godinho (Orgs.)
- 2021
- Lisboa: Instituto de História Contemporânea | Colecção E-IHC
- Idioma: Português
- ISBN: 978-989-8956-231
- 208-234 p.
Excerto:
Segundo o guia Michelin, a distância de Almada a Montemor-o-Novo é de 95 km, e demora cerca de 1 hora pela A2 e pela A6. Fruto de um diálogo construído ao longo do tempo, de um posicionamento comum, decidimos partir para um terreno para nós desconhecido com uma certeza partilhada: a nossa motivação não era a derrota, mas a esperança inerente ao processo daquela que terá sido a rutura revolucionária mais vincada nascida com o 25 de Abril de 1974, e onde a luta de classes – entre o proletariado rural e os grandes proprietários –, foi uma realidade. Será estranho dizer que procuramos a esperança num processo que sabemos a priori derrotado, mas de facto assim é. Porque antes da derrota, a exaltação esteve lá. A alegria esteve lá. Parafraseando a moda Alentejo é esperança, da autoria de José Borralho, a Reforma Agrária foi «o tempo mais ditoso, em que o futuro nasceu». Depois das primeiras viagens, mudámos de método de como nos embrenhamos na paisagem. Vamos, sempre que possível, por estradas nacionais e municipais. Às vezes, por caminhos de terra batida. A condução abrandou a velocidade, abrindo a possibilidade de encontros inesperados, de paragens não programadas.
Sobre o livro:
Nesta obra, vários autores foram convidados a olhar para momentos do tempo em que, como escreveu Galeano, chove de baixo para cima. A partir de várias formações disciplinares, os investigadores que responderam ao repto olham para o tempo comum, para o dia anterior, para as rotinas que corroem, mas que também permitem sobreviver, para os fluxos de gente que se movimenta à procura de uma vida melhor, para a conquista da cidade e do espaço de reconhecimento, para as margens da vida, com as pequenas histórias das personagens secundárias, dos sobreviventes, dos subversivos, dos indígenas, daqueles que em narrativa estranha são entendidos como falhados, incompletos, fadados ao fracasso, irrelevantes. Conjugar o tempo longo, através da memória, do arquivo, da fotografia e da literatura, é um exercício a partir de um dado presente, num tempo de pandemia em que a duração parece ter coagulado. Contudo, convém retirar o tempo forte do baú, e escapar das debilidades presentistas do fim da história, do presente contínuo em que tudo parece confundir-se. A tanto nos propusemos, com esta obra destinada a interrogar os momentos de aceleração da história, os que os precedem e o lastro num tempo longo.
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O novo livro de José Pedro Castanheira vai ser lançado no Liceu Camões, em Lisboa, com apresentação de
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O novo livro de José Pedro Castanheira vai ser lançado no Liceu Camões, em Lisboa, com apresentação de Irene Flunser Pimentel e Jacinto Godinho.
Histórias da PIDE
Quando o Salazar mandava. Volume 1
Em 1965, o General Humberto Delgado, inimigo público número 1 de Salazar, foi assassinado perto de Badajoz por uma brigada da PIDE. A chefiá‑la estava Rosa Casaco, que, fugido do país a seguir ao 25 de Abril de 1974, viria a ser condenado a oito anos de prisão e a tornar‑se, após uma entrevista incluída neste livro, um dos rostos mais emblemáticos desta força policial.
Sólido e temido bastião do Estado Novo, ninguém escapava ao raio de ação da PIDE: nem Calouste Gulbenkian, o homem mais rico do mundo, que foi preso em 1942; nem o ex‑Presidente da República Marechal Craveiro Lopes, vítima de chantagem de carácter sexual; nem sequer o bispo D. Eurico Dias Nogueira, submetido a constante vigilância, com cartas interceptadas até para o Vaticano e para o próprio Salazar.
Estas são algumas das Histórias da PIDE que José Pedro Castanheira investigou ao longo dos anos para o Expresso, todas reportando neste volume ao período de Salazar. O segundo volume incidirá sobre a época de Marcello Caetano.
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Tempo
(Quinta-feira) 6:30 pm - 8:00 pm
Organizador
Edições Tinta da China e Escola Secundária de Camões
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