
Experiências de cativeiro no século XX
Abr 1, 2019 | Capítulos, Publicações

Introdução: Experiências de cativeiro no século XX
- Pedro Aires Oliveira
- Prisioneiros de Guerras. Experiências de cativeiro no século XX
- Pedro Aires Oliveira (Coord.)
- 2019
- Lisboa: Tinta da China
- Idioma: Português
- ISBN: 978‑989‑671‑483‑3
- Depósito Legal n.º 453108/19
- 9-32 p.
Excerto:
São várias as razões que poderão explicar o interesse crescente da historiografia internacional pela problemática dos prisioneiros de guerra.1Em grande medida, elas são inseparáveis da renovação experimentada pela história militar nas décadas de 1960 e 1970. Se até então o foco dos historiadores incidia preferencialmente nas dimensões da estratégia e da geopolítica, das lideranças políticas e militares, e dos desenvolvimentos bélicos propriamente ditos, a partir dessa década outros ângulos começaram a ser explorados. Uma «nova história militar» emergiu alinhada com a agenda da «história vista de baixo» (history from bellow), em parte de inspiração marxista, e de uma «micro‑história» influenciada pelas metodologias da antropologia e de outras ciências sociais.
De uma maneira convincente, estas abordagens mostraram como a inclusão de novas vozes e experiências na narrativa histórica, oriundas de grupos exteriores às elites, e de fontes até então negligenciadas, nos poderia devolver um panorama muito mais diversificado e complexo dos conflitos militares, com as dimensões sociais e culturais a adquirirem uma relevância inédita. Questões até aí relegadas para as margens, ou simplesmente ignoradas, como a psicologia e a vida quotidiana dos combatentes, a articulação entre os exércitos e a frente «doméstica», e, mais recentemente, as dimensões de género e sexualidade, para nomear apenas algumas, estão agora bem instaladas na agenda dos praticantes da história militar um pouco por todo o mundo.3 E muitas das desconfianças iniciais foram sendo progressivamente vencidas graças ao contributo que este movimento de renovação mostrou ser capaz de oferecer para uma melhor compreensão de realidades que eram caras aos historiadores mais tradicionalistas, como os processos de causalidade clássicos (o que foi determinante numa vitória ou derrota?), algo que se pode constatar, por exemplo, nas abordagens muito mais elaboradas que se foram produzindo sobre a questão da «moral» dos combatentes e o seu impacto no desfecho dos conflitos armados.
Sobre o livro:
Prisioneiros de Guerras revela um conjunto de situações em que portugueses – civis e militares, voluntários e conscritos – foram capturados: da Primeira Guerra Mundial aos conflitos do fim do império, dos campos berberes na Guerra do Rif aos Stalag alemães da Segunda Guerra Mundial, das prisões franquistas na Guerra Civil de Espanha aos cárceres privados de milícias timorenses em 1975.
Partindo da evocação do centenário da Primeira Guerra Mundial e da Batalha de La Lys, que deu origem à maior captura em massa de soldados portugueses no século XX, os episódios aqui reunidos revelam também como as convenções internacionais sobre prisioneiros de guerra estiveram quase sempre um passo atrás das complexas realidades criadas pelas guerras modernas.
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Detalhes do Evento
12ª edição da jornada dedicada à história da Mina de São Domingos, em Mértola, dando ênfase às interligações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente. Minas, tecnologias e educação: convergências
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Detalhes do Evento
12ª edição da jornada dedicada à história da Mina de São Domingos, em Mértola, dando ênfase às interligações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente.
Minas, tecnologias e educação: convergências
12ª Jornada Interdisciplinar na Mina de São Domingos
O Instituto de História Contemporânea, através do grupo de investigação em História da Ciência, da Tecnologia e do Ambiente promove, no dia 5 de Dezembro de 2025, a 12.ª Jornada Interdisciplinar na Mina de São Domingos – Minas, tecnologias e educação: convergências. O evento decorrerá de forma presencial na Mina de São Domingos.
As Jornadas Interdisciplinares, organizadas há mais de uma década, são dedicadas à história da Mina de São Domingos, enfatizando as interligações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente e a sua aplicação num contexto educativo/museológico.
O enquadramento do tema (e das comunicações) é o seguinte:
Durante cerca de um século, uma povoação originada pela exploração mineira vivenciou de forma diferenciada o encontro de culturas de dois países – Portugal e Inglaterra – e os avanços tecnológicos da época, que foram aplicados nas infraestruturas e na própria extração e processamento das pirites: a Mina de São Domingos. Com o fim da exploração mineira ficaram a nu, um passivo ambiental, cuja resolução constitui um desafio atual, e um património diversificado, que importa preservar. É sobre a história desta povoação mineira em particular, entre outras situadas ao longo da Faixa Piritosa Ibérica, que se pretende cruzar as visões de especialistas em áreas como a antropologia, a arqueologia, a biologia, a geologia, a história, a história da ciência, a química, a sociologia e o urbanismo, com ênfase para um debate centrado nas questões científicas, tecnológicas e ambientais, um contributo disponível para todos os que se interessam pelo tema e que pensamos de especial utilidade para profissionais de ensino e dos serviços educativos, na sua actuação com as comunidades.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até 4 de Dezembro para o email fserraomartins@gmail.com ou via telefone 286 647 534.
>> Programa completo (📎 PDF) <<
Programa resumido:
09h30 – Sessão de abertura
10h00 – Sessão de comunicações: Sinais de modernidade no território mineiro de São Domingos
11h15 – Sessão de comunicações: Evidências de actividade em São Domingos: Das fontes à divulgação
12h15 – Sessão de encerramento das comunicações
12h45 – Interrupção para almoço
14h30 – Saída de campo: Complexo Mineiro de São Domingos: Dos impactes da exploração à recuperação ambiental
17h30 – Apresentação do livro “Alma Lavra”, de Margarida Azevedo
18h00 – Encerramento
Comissão organizadora:
Jorge Ferreira (IHC – Universidade de Évora / IN2PAST)
Rosinda Pimenta (Fundação Serrão Martins)
Maria de Fátima Nunes (IHC – Universidade de Évora / IN2PAST)
Tempo
(Sexta-feira) 9:30 am - 6:00 pm
Localização
Edifício Musical da Mina de São Domingos
Mina de São Domingos — 7750-312 Mértola
Organizador
Instituto de História Contemporânea — Universidade de Évora, Câmara Municipal de Mértola, Fundação Serrão Martins e LNEG
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