
O Pensamento, Hoje, Ainda Tem Efeitos Práticos?
Mar 6, 2018 | Livros, Publicações

O Pensamento, Hoje, Ainda Tem Efeitos Práticos? Ainda Podemos Pensar A Democracia Como Algo Ao Nosso Alcance? [Documento electrónico]
- Vítor Oliveira Jorge (Coord.)
- 2018
- Lisboa: Instituto de História Contemporânea da Universidade NOVA de Lisboa
- ISBN: 978-989-98388-5-7
- Idioma: Português
- 175 pp.
Num mundo em grande parte corrompido, em todos os sentidos, que alguns resumem na palavra “capitalismo”, que outros vêm como um ataque fortíssimo ao chamado “Estado social”, que totalmente se percebe estar dominado pelo “negócio”, pelo lucro, pelo curto prazo, numa modalidade inaudita, enfim, num mundo em que a violência prolifera e os excluídos e refugiados aumentam de forma assustadora, em que o meio-ambiente está de facto em perigo de colapso, em que 1% da humanidade controla e domina 99%, faz ainda sentido pensar, e, em particular, pensar a democracia? Enfim, há ainda uma esperança de redenção para a humanidade? Há ainda um caminho a apontar aos nossos jovens? Há uma forma de, para além das indústrias culturais, tornadas uma mercadoria como outra qualquer, criar um pensamento que seja realmente crítico e que seja efetivamente eficaz, transponível na prática, mesmo que a médio e a longo prazo?
A situação atual no Próximo Oriente, nos EUA, na América Latina, na Rússia, na Europa, na China, enfim, em todo o planeta, não é de molde a tranquilizar-nos. Mas não chega esboçar a queixa, fazer acusações, denunciar situações, assinar petições, etc. Tudo isso é uma gesticulação que nos entretém, apenas.
É preciso parar um pouco para pensar… pensar se vale a pena continuar a pensar, se vale a pena continuar a investigar, a ensinar (e o quê, e para quê, e para quem?), que papel exerce hoje o que antigamente se chamava o “intelectual” no mundo em que vivemos, em que estamos cada vez mais informados… e por isso mesmo, cada vez mais conscientes de que, por detrás de tanta “informação”, desta ou daquela denúncia, deste ou daquele destapar do véu, deste ou daquele livro “esclarecedor”, muitos dos quais alimentam os media e a sociedade do espetáculo, o essencial se passa subterraneamente, em canais, círculos, procedimentos, organizações a que não temos acesso ou sobre os(as) quais temos muito escassa informação.
E com a consciência de que, mesmo o pensamento que mais interessante potencialmente é, se tende a dirigir a camadas de ouvintes ou de leitores cada vez mais restritas, desenvolvendo um “elitismo esclarecido” de esquerda, ou um snobismo, ou uma atitude cínica ou de humor corrosivo, que apenas “alimenta o sistema”… criando nichos dos quais a maioria das pessoas se sente excluída, por uma maioria de razões (o que não parece ser um ideal muito “democrático”, obviamente).
Não foram estas questões, perguntas, estas posições, que se radicalizaram. O que se radicalizou, e radicaliza cada vez mais, é um ataque antidemocrático, programado, contra a maioria da humanidade.
E, neste sentido, e contexto emergente, qual o papel da filosofia, nomeadamente da filosofia política, da antropologia, da história, da sociologia, da politologia, da economia, enfim, em geral, das ciências sociais e humanas? Têm ainda alguma palavra a dizer? E essa palavra, é emitida por quem, para ser escutada por quem, e para quê?…
Num fundo, volta a velha pergunta, inquietante: que fazer?…
Pode ainda o pensamento salvar-nos, a todos, ou pelo menos à maioria de nós, e não apenas a alguns “esclarecidos” ?…
Foram estas questões, que parecem inadiáveis, que publicitámos na comunidade académica, convidando autores(as) a abordá-las, com a maior liberdade e com a maior frontalidade, concordando ou discordando uns(umas) dos(as) outros(as), sem querer de forma ingénua chegar certamente a qualquer “fórmula mágica da salvação”, num encontro de trabalho – o qual parecia também impor-se, entre muitos que continuamente se realizam, num Instituto que se consagra a pensar as questões da História Contemporânea.
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Detalhes do Evento
Seminário integrado nas actividades da Plataforma de Estudos Avançados do IHC, onde se debatem os trabalhos de investigação doutoral em curso de forma crítica e construtiva.
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Seminário integrado nas actividades da Plataforma de Estudos Avançados do IHC, onde se debatem os trabalhos de investigação doutoral em curso de forma crítica e construtiva.
Seminário de Teses de Doutoramento do IHC
Coordenação: Elisabete Pereira, Raquel Ribeiro e Natália Melo
Programa:
09:45-10:00 | Receção e Abertura
10:00-10:30 | Sessão 1 – Sofia Barreto Borges: “Barracas de Campanha, Tendas do Ultramar, Canadianas de fim-de-semana: micro-história(s) a partir de um objeto” | Comentários: João Paulo Gonçalves e Quintino Lopes
10:30-11:00 | Sessão 2 – Manuel Conceição: “As elites políticas covilhanenses (1910 – 1974): uma análise social” | Comentários: João Gabriel Caia e Luís Trindade
11:00-11:15 | Intervalo para café
11:15-11:45 | Sessão 3 – Maria Figueira: “Do Ethnography Museums need Ethnography? Debates sobre coleções coloniais na Europa” | Comentários: João Gabriel Caia e José Luís Assis
11:45-12:15 | Sessão 4 – Catarina Teixeira: “Das ideias aos projetos gorados para a ampliação da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e do Museu de Anatomia | 1864-1890” | Comentários: Cristina Marques e Alexandra Marques
12:15-14:00 | Almoço
14:00-14:30 | Sessão 5 – Patrícia Santos Batista: “Portugal no Brasil: discursos científicos e identitários na Exposição Portuguesa do Rio de Janeiro de 1879” | Comentários: Manuela de Deus e Sara Albuquerque
14:30-15:00 | Sessão 6 – Tomás Marques: “História do Centro Comercial em Portugal (1985-2005): os casos do C.C. Amoreiras, do C.C. Colombo e do C.C. Vasco da Gama” | Comentários: Daniel Freire Santos e Ricardo Noronha
15:00-15:30 | Sessão 7 – João Barreira: “Genealogias museológicas: da erudição iluminista ao Museu Rainha Dona Leonor” | Comentários: Jacqueline Souza Silva e Natália Melo
15:30-16:00 | Sessão 8 – José Caetano: “Legislating Trust: Chemical Expertise and Legal Missteps in Early Twentieth Century Portuguese Food Regulation” | Comentários: Cristina Marques e Luís Trindade
16:00-16:30 | Encerramento e Convívio
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Tempo
(Sexta-feira) 9:45 am - 4:30 pm
Organizador
Instituto de História Contemporânea da Universidade NOVA de Lisboa e Universidade de Évora
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