
Que futuro para a democracia na Europa?
Mar 6, 2018 | Capítulos, Publicações

Que futuro para a democracia na Europa?
- Isabel Baltazar
- O Pensamento, Hoje, Ainda Tem Efeitos Práticos? Ainda Podemos Pensar A Democracia Como Algo Ao Nosso Alcance? [Documento electrónico]
- Vítor Oliveira Jorge (Coord.)
- 2018
- Lisboa: Instituto de História Contemporânea da Universidade NOVA de Lisboa
- Idioma: Português
- ISBN: 978-989-98388-5-7
- Páginas: 67-79
Actualmente a União Europeia encontra-se numa encruzilhada, agravada pelas constantes crises e pela grande maioria dos europeus não se envolverem no projecto de construção europeia, ou, pelo contrário, serem eurocépticos ou mesmo contra. A reflexão sobre a democracia europeia deve ser a prioridade para pensar a participação do povo (demos) nessa Europa que é o regresso à sua própria génese. Por outro lado, para além da escassa participação dos cidadãos no processo de construção europeia, as próprias Instituições Europeias sofrem um défice democrático. Refira-se o caso do Parlamento Europeu, a instituição eleita pelos cidadãos mas que precisa de aprofundar a sua vocação democrática, já que os europeus não revelam interesse por participar plenamente e outros se sentem impotentes frente às Instituições. Consequentemente, a democracia europeia é constantemente questionada de forma a promover maior participação no espaço europeu. O défice democrático do Parlamento Europeu é, em parte devido à baixa visibilidade da instituição. A iniciativa de Cidadania Europeia, mais conhecida como o sigla ICE nasce com o Tratado de Lisboa, que entrou em vigor em 2009, e pretendeu ser um passo importante no progresso da democracia na Europa. O futuro da Europa está numa verdadeira democracia na Europa.
Palavras-chave:
Europa; Democracia; Cidadãos
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outubro, 2025
Tipologia do Evento:
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Detalhes do Evento
Ciclo de duas conferências com Rafael Faraco Benthien em torno do seu programa de investigação intitulado "por história cruzada das ciências sociais". Sobre a história
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Detalhes do Evento
Ciclo de duas conferências com Rafael Faraco Benthien em torno do seu programa de investigação intitulado “por história cruzada das ciências sociais”.
Sobre a história cruzada das ciências sociais e a coleção Biblioteca Durkheimiana
Este ciclo de conferências apresenta desdobramentos do programa de investigação desenvolvido por Rafael Faraco Benthien (doutorado pela USP, professor na Universidade do Paraná e investigador convidado do IHC – NOVA FCSH), intitulado “por história cruzada das ciências sociais”. Na primeira conferência explicam-se os fundamentos deste programa, e refere-se ainda a experiência editorial da coleção Biblioteca Durkheimiana; na segunda, aborda-se um projecto novo, voltado para o cruzamento entre L’Année Sociologique e La Nouvelle Revue Française, explorando as interações entre ciência e literatura.
ENTRADA LIVRE
1ª Conferência — 20 de Outubro — 10-12h
A “Biblioteca Durkheimiana” e seu lugar em uma História Cruzada das Ciências Sociais
Esta conferência visa apresentar os contornos gerais do programa de investigação “história cruzada das ciências sociais”, o qual foi tomando corpo desde 2011, e adquiriu uma feição pública mais robusta em 2020, por ocasião de um artigo publicado na Revista de História, da Universidade de São Paulo.
Tal esforço procura demarcar-se das histórias disciplinares tradicionais das ciências sociais, pautadas ora no labor rotineiro dos historiadores oficiais, ora na disputa entre diferentes “profetas” pela imposição de seus novos programas. Distingue-se ainda dos modelos pretensamente omnibus, concebidos para dar conta das particularidades de todos os saberes (como o paradigma kuhniano, o campo bourdieusiano ou a rede latouriana). Em ambos os casos, parte-se de, e reforçam-se, certas concepções acerca da unidade e da totalidade de uma ciência. Este é o clássico eixo articulador do passado, do presente e do futuro disciplinares. A proposta aqui em apreço consiste em avançar uma história excêntrica dos saberes, centrada nos circuitos de ideias e de pessoas entre dois ou mais domínios. Procura-se partir das tensões semânticas em torno dos rótulos disciplinares, particularmente visíveis quando se questiona a (im)possibilidade da interdisciplinaridade. Em termos lógicos, três tipos se apresentam: pode alguém, por exemplo, sustentar a sobreposição entre disciplinas, sugerindo que os seus rótulos encobrem uma natureza partilhada, em planos epistemológicos, metodológicos ou quanto a objetos privilegiados de investigação; outra possibilidade, certamente a mais usual, consiste no isolamento de zonas de colaboração, o que supõe uma explicitação, seguida de uma justificação, de pontos comuns e de diferenças. Finalmente, é ainda possível indicar a total incompatibilidade entre dois saberes, implicando também um esforço definicional imprescindível.
Ao longo das histórias disciplinares, quando cruzadas, estas três modalidades de postura costumam verificar-se em simultâneo, cada qual mobilizando cadeias distintas de conceitos, pessoas e instituições. Espera-se que, ao testar interdisciplinaridades episódicas, seja possível reabrir o passado das disciplinas colocadas em relação, revelando circuitos outrora ativos que possam ter ficado de fora da memória hoje sacralizada. Ao fazê-lo, espera-se ainda compreender melhor as dinâmicas desses saberes, contribuindo assim igualmente para a abertura de seus futuros.
De modo a exemplificar os produtos dessa proposta, a conferência encerra com uma apresentação sucinta da experiência editorial da colecção Biblioteca Durkheimiana (10 vol.), publicada na editora da USP, entre 2016 e 2025.
2ª Conferência — 24 de Outubro — 10-12h
Relações entre a Nouvelle Revue Française e L’Année Sociologique: quando a arte dança sobre o chão laborado da ciência, e vice-versa
Nesta conferência discute-se uma investigação recentemente iniciada, que constitui um desdobramento das temáticas anteriormente abordadas neste ciclo de conferências. Nela, procura-se identificar circuitos de ideias e de pessoas que reúnem vanguardas científicas e literárias ativas na França da Terceira República (1870-1940), bem como compreender as dinâmicas das suas interações, tanto positivas como negativas.
Nas investigações anteriores, Rafael Faraco Benthien manteve-se sobretudo ligado aos circuitos entre saberes propriamente académicos, promovendo pequenas variações no ângulo da análise, mas permanecendo basicamente dentro do sistema de ensino e de investigação francês.
Agora, trata-se de testar os resultados já obtidos a partir de um cruzamento com outra esfera, implicando outros grupos sociais e outras bases institucionais. Para esse efeito, o autor propõe-se analisar o cruzamento do grupo constituído em torno da revista L’Année Sociologique, baluarte de um projeto coletivo e universitário de ciência social, com aquele organizado em torno de La Nouvelle Revue Française, empenhado na renovação da literatura, do teatro e da crítica literária. Diversos indícios de arquivo recolhidos em investigações anteriores mostram que alguns indivíduos ligados a essas iniciativas se frequentavam e se estimavam intelectualmente. Para verificar até que ponto essas relações tiveram impacto sobre os trabalhos dessas pessoas, o projecto parte da análise morfológica e de conteúdo dessas revistas, visando, em seguida, à complexificação da série documental primária, mediante a sua articulação tanto com livros (romances, obras científicas, volumes impressos de correspondência) como com material inédito proveniente de fundos de arquivo. O seu propósito geral é alargar o âmbito de uma história intelectual orientada para o cruzamento de disciplinas, discutindo, de forma experimental, as influências recíprocas de áreas geralmente consideradas pela historiografia como muito afastadas entre si, quando não mesmo opostas (ciência e literatura).
Tempo
(Segunda-feira) 10:00 am - 12:00 pm
Organizador
Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de LIsboa e Universidade Federal do Paraná
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