
História a História – África
Mar 23, 2018 | Livros, Publicações

História a História – África
- Fernando Rosas
- 2018
- Lisboa: Tinta da China
- ISBN: 978-989-671-421-5
- Idioma: Português
- 200 pp.
Do início sangrento da guerra colonial em Angola ao que resta das «aldeias portuguesas» no colonato do Limpopo; da revolta da população branca de Lourenço Marques contra os Acordos de Lusaca à histórica barragem de Cahora Bassa; da «Operação Mar Verde», desastroso ataque à Guiné Conacri, ao campo de concentração do Tarrafal; da Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa e Coimbra, onde se reacendeu a chama da libertação das nações sob domínio colonial, ao dramático retorno a Portugal de 500 a 700 mil colonos brancos de Angola e Moçambique: Fernando Rosas revisita os lugares simbólicos das antigas colónias africanas portuguesas, e assim recontextualiza polémicas, e discute os momentos decisivos da guerra e os efeitos sociais da queda do regime.
«História a História — África» surge no decurso de um debate surdo acerca dos tão glosados «brandos costumes» do colonialismo português, revisitando e desconstruindo os seus três grandes mitos:
- a longa «pax» imperial portuguesa em África, só interrompida por intriga externa, quando na verdade, em perto de cem anos de ciclo africano do império, mais de 50 foram consumidos em guerras de ocupação e sujeição das populações africanas;
- o colonialismo «de rosto humano» e a sua temperança cristã, ainda que investigações recentes revelem um poder colonial essencialmente suportado nesse tripé político e social que foram a discriminação jurídica e racial do Estatuto do Indígena, o trabalho forçado e uma política de terras expropriadora em favor da ocupação branca;
- a mitigada violência na África colonial portuguesa, quando hoje se conhece a brutalidade e extensão da violência repressiva da polícia política nas colónias, bem como o rasto massivo de crimes que deixou no seu encalço, os quais ficaram totalmente impunes.
«História a História – África» condensa décadas de investigação e compõe um grande fresco sobre a época mais conturbada do século XX português.
Outras Publicações
Pesquisa
Agenda
outubro, 2025
Tipologia do Evento:
Todos
Todos
Apresentação
Ciclo
Colóquio
Conferência
Congresso
Curso
Debate
Encontro
Exposição
Inauguração
Jornadas
Lançamento
Mesa-redonda
Mostra
Open calls
Outros
Palestra
Roteiro
Seminário
Sessão de cinema
Simpósio
Workshop
- Event Name
seg
ter
qua
qui
sex
sab
dom
-
-
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Detalhes do Evento
Ciclo de duas conferências com Rafael Faraco Benthien em torno do seu programa de investigação intitulado "por história cruzada das ciências sociais". Sobre a história
Ver mais
Detalhes do Evento
Ciclo de duas conferências com Rafael Faraco Benthien em torno do seu programa de investigação intitulado “por história cruzada das ciências sociais”.
Sobre a história cruzada das ciências sociais e a coleção Biblioteca Durkheimiana
Este ciclo de conferências apresenta desdobramentos do programa de investigação desenvolvido por Rafael Faraco Benthien (doutorado pela USP, professor na Universidade do Paraná e investigador convidado do IHC – NOVA FCSH), intitulado “por história cruzada das ciências sociais”. Na primeira conferência explicam-se os fundamentos deste programa, e refere-se ainda a experiência editorial da coleção Biblioteca Durkheimiana; na segunda, aborda-se um projecto novo, voltado para o cruzamento entre L’Année Sociologique e La Nouvelle Revue Française, explorando as interações entre ciência e literatura.
ENTRADA LIVRE
1ª Conferência — 20 de Outubro — 10-12h
A “Biblioteca Durkheimiana” e seu lugar em uma História Cruzada das Ciências Sociais
Esta conferência visa apresentar os contornos gerais do programa de investigação “história cruzada das ciências sociais”, o qual foi tomando corpo desde 2011, e adquiriu uma feição pública mais robusta em 2020, por ocasião de um artigo publicado na Revista de História, da Universidade de São Paulo.
Tal esforço procura demarcar-se das histórias disciplinares tradicionais das ciências sociais, pautadas ora no labor rotineiro dos historiadores oficiais, ora na disputa entre diferentes “profetas” pela imposição de seus novos programas. Distingue-se ainda dos modelos pretensamente omnibus, concebidos para dar conta das particularidades de todos os saberes (como o paradigma kuhniano, o campo bourdieusiano ou a rede latouriana). Em ambos os casos, parte-se de, e reforçam-se, certas concepções acerca da unidade e da totalidade de uma ciência. Este é o clássico eixo articulador do passado, do presente e do futuro disciplinares. A proposta aqui em apreço consiste em avançar uma história excêntrica dos saberes, centrada nos circuitos de ideias e de pessoas entre dois ou mais domínios. Procura-se partir das tensões semânticas em torno dos rótulos disciplinares, particularmente visíveis quando se questiona a (im)possibilidade da interdisciplinaridade. Em termos lógicos, três tipos se apresentam: pode alguém, por exemplo, sustentar a sobreposição entre disciplinas, sugerindo que os seus rótulos encobrem uma natureza partilhada, em planos epistemológicos, metodológicos ou quanto a objetos privilegiados de investigação; outra possibilidade, certamente a mais usual, consiste no isolamento de zonas de colaboração, o que supõe uma explicitação, seguida de uma justificação, de pontos comuns e de diferenças. Finalmente, é ainda possível indicar a total incompatibilidade entre dois saberes, implicando também um esforço definicional imprescindível.
Ao longo das histórias disciplinares, quando cruzadas, estas três modalidades de postura costumam verificar-se em simultâneo, cada qual mobilizando cadeias distintas de conceitos, pessoas e instituições. Espera-se que, ao testar interdisciplinaridades episódicas, seja possível reabrir o passado das disciplinas colocadas em relação, revelando circuitos outrora ativos que possam ter ficado de fora da memória hoje sacralizada. Ao fazê-lo, espera-se ainda compreender melhor as dinâmicas desses saberes, contribuindo assim igualmente para a abertura de seus futuros.
De modo a exemplificar os produtos dessa proposta, a conferência encerra com uma apresentação sucinta da experiência editorial da colecção Biblioteca Durkheimiana (10 vol.), publicada na editora da USP, entre 2016 e 2025.
2ª Conferência — 24 de Outubro — 10-12h
Relações entre a Nouvelle Revue Française e L’Année Sociologique: quando a arte dança sobre o chão laborado da ciência, e vice-versa
Nesta conferência discute-se uma investigação recentemente iniciada, que constitui um desdobramento das temáticas anteriormente abordadas neste ciclo de conferências. Nela, procura-se identificar circuitos de ideias e de pessoas que reúnem vanguardas científicas e literárias ativas na França da Terceira República (1870-1940), bem como compreender as dinâmicas das suas interações, tanto positivas como negativas.
Nas investigações anteriores, Rafael Faraco Benthien manteve-se sobretudo ligado aos circuitos entre saberes propriamente académicos, promovendo pequenas variações no ângulo da análise, mas permanecendo basicamente dentro do sistema de ensino e de investigação francês.
Agora, trata-se de testar os resultados já obtidos a partir de um cruzamento com outra esfera, implicando outros grupos sociais e outras bases institucionais. Para esse efeito, o autor propõe-se analisar o cruzamento do grupo constituído em torno da revista L’Année Sociologique, baluarte de um projeto coletivo e universitário de ciência social, com aquele organizado em torno de La Nouvelle Revue Française, empenhado na renovação da literatura, do teatro e da crítica literária. Diversos indícios de arquivo recolhidos em investigações anteriores mostram que alguns indivíduos ligados a essas iniciativas se frequentavam e se estimavam intelectualmente. Para verificar até que ponto essas relações tiveram impacto sobre os trabalhos dessas pessoas, o projecto parte da análise morfológica e de conteúdo dessas revistas, visando, em seguida, à complexificação da série documental primária, mediante a sua articulação tanto com livros (romances, obras científicas, volumes impressos de correspondência) como com material inédito proveniente de fundos de arquivo. O seu propósito geral é alargar o âmbito de uma história intelectual orientada para o cruzamento de disciplinas, discutindo, de forma experimental, as influências recíprocas de áreas geralmente consideradas pela historiografia como muito afastadas entre si, quando não mesmo opostas (ciência e literatura).
Tempo
(Sexta-feira) 10:00 am - 12:00 pm
Organizador
Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de LIsboa e Universidade Federal do Paraná

Detalhes do Evento
Seminário de história e teoria política organizado no âmbito da exibição do filme “Toni, mio padre”, de Anna Negri, no festival DocLisboa.
Ver mais
Detalhes do Evento
Seminário de história e teoria política organizado no âmbito da exibição do filme “Toni, mio padre”, de Anna Negri, no festival DocLisboa.
Antonio Negri: do longo ‘68 italiano ao comunismo do século XXI
Antonio Negri (1933-2024) foi uma figura política destacada da história do longo 1968 italiano, bem como um pensador que adquiriu grande relevância internacional no século XXI. A sua vida e ideias foram sempre matéria de grande controvérsia. Neste seminário, procura-se, numa primeira parte, dar a conhecer o chamado longo 68 italiano, contextualizando a emergência de Negri à luz das transformações sociais, económicas e políticas dos anos 60 e 70. Na segunda parte, o seminário analisa o desenvolvimento do pensamento de Negri a partir dos anos 80, no rescaldo da experiência militante do período anterior e ao encontro da sua forma particular de combinar a tradição marxista com autores como Michel Foucault, aproximando noções como general intellect e biopolítica.
Primeira parte, com Giulia Strippoli
Para a Itália, usa-se a definição de longo 1968 ou época dos movimentos em referência a um período que vai do início dos anos sessenta até ao fim da década de setenta. Protagonistas e historiadores interpretaram o movimento operário e estudantil com ênfase na longa duração tanto dos eventos quanto do “espírito”, uma perspetiva que também foi usada em interpretações historiográficas em perspetiva “global”, como no caso de The Spirit of ’68 de G. Rainer Horn. A primeira parte deste seminário concentra-se na cronologia, nos protagonistas, nas ideias políticas e na memória da época deste longo período, desde o fim do boom económico até ao fim de década de 1970.
Segunda parte, com José Neves
Em 2000, a publicação de Empire, que Negri escreveu com Michael Hardt, ofereceu a diferentes movimentos sociais e às esquerdas um quadro de análise e conceptualização alternativo às narrativas liberais que por então viam na queda do Muro de Berlim o fim da própria história. Contribuindo de forma seminal para reconciliar tradições frequentemente desavindas, como o marxismo e o pós-estruturalismo, o sucesso de Empire acompanhou de perto a emergência dos movimentos por uma outra globalização e inspirou também colectivos e iniciativas em torno de temas como a precariedade, as migrações ou a propriedade intelectual. Na segunda parte deste seminário, mapearemos as principais e ideias do pensamento de Negri.
Inscrição obrigatória através do email giuliastrippoli@fcsh.unl.pt
Fotografia: Antonio Negri, por Christian Werner e Weltz (Fonte: Wikimedia Commons)
Tempo
(Sexta-feira) 2:00 pm - 4:00 pm
Organizador
Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e DocLisboa

Detalhes do Evento
Mesa-redonda que procura recuperar memórias do quotidiano revolucionário, das rotinas da militância e dos pormenores da aprendizagem política daquelas anos. Memórias Militantes da Revolução Memórias Militantes da Revolução inicia um
Ver mais
Detalhes do Evento
Mesa-redonda que procura recuperar memórias do quotidiano revolucionário, das rotinas da militância e dos pormenores da aprendizagem política daquelas anos.
Memórias Militantes da Revolução
Memórias Militantes da Revolução inicia um ciclo de mesas-redondas organizado pelo projeto de história oral “Memória e Revolução” do Instituto de História Contemporânea, em colaboração com o Museu do Aljube.
O objectivo do projeto é a recolha de experiências de militância no processo revolucionário. Tomando estas experiências como ponto de partida, a mesa-redonda procurará recuperar memórias do quotidiano revolucionário, as rotinas da militância e os pormenores da aprendizagem política daquelas anos, dimensões decisivas para compreender a revolução, mas que ficam normalmente esquecidas de uma história política, muito dependente de datas e protagonistas. O protagonismo, aqui, será dado às e aos militantes que fizeram da revolução um vasto campo de experiência política através de formas coletivas de militância.
ENTRADA LIVRE
Tempo
(Sexta-feira) 5:00 pm - 7:00 pm
Organizador
Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e Museu do Aljube
Notícias
IHC recebe oito novos contratos CEEC da FCT
Out 22, 2025
Novos contratos de investigação: quatro na categoria Júnior e quatro na categoria Auxiliar
António Borges Coelho — In Memoriam
Out 18, 2025
Nota de pesar das Direcções do IHC, IEM e CHAM
Cristina Nogueira — In Memoriam
Out 11, 2025
Nota de pesar pelo falecimento da investigadora Cristina Nogueira










































































































































































































































