Práticas da História Nº 5
Abr 16, 2018 | 2017, Edições, Revista Práticas da História
Práticas da História – Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past
- 2017
- Número 5
- ISSN: 2183-590X
Nota editorial:
Na senda do que têm vindo a ser as principais linhas temáticas em torno das quais se tem desenvolvido este projeto, a Práticas da História 5 procura dialogar com um conjunto diversificado de formas de pensar, construir e representar a história. Os textos apresentados neste número colocam assim, lado a lado, temas menos explorados, como as representações do passado que encontramos diariamente nos ecrãs das nossas televisões e computadores, e a obra de autores “clássicos” no campo da teoria da história.
A secção de artigos inicia-se com um texto de Andrew Elliott, em que se argumenta que a possibilidade de “simulação” inerente aos videojogos significa que estes não só incorporam narrativas históricas pré-existentes como podem, também, configurar formas de estimular e questionar visões do tempo e do passado. Segue-se um artigo de Riccardo Facchini que, na sequência dos textos anteriormente publicados na revista sobre o tema do medievalismo, procura refletir sobre as representações do período medieval na série televisiva Guerra dos Tronos, relacionando a ideia de “realismo” e a vontade de superar uma visão romântica da Idade Média com a construção de um olhar pós-moderno sobre este período. O terceiro artigo, da autoria de Víctor Barros, analisa as conexões entre historiografia e políticas de memória na construção de uma história oficial da “descoberta” do arquipélago de Cabo Verde. A secção encerra com um texto de Maria João Cantinho sobre a obra de Walter Benjamin e a sua busca de uma conceção de história alternativa às teorias do progresso, marcada pela ideia de descontinuidade.
Neste número publicamos ainda um ensaio de Sanjay Seth, no qual este historiador lança um olhar pós-colonial em torno dos recentes esforços da teoria política comparada para superar os limites do eurocentrismo vigente nas ciências sociais e humanas. Discutindo os méritos e limitações desses esforços, o ensaio de Seth participa de um debate mais amplo em torno da descolonização do conhecimento, tarefa que, na sua perspetiva, não se pode circunscrever à integração no cânone de quem dele veio sendo excluído, devendo igualmente questionar a universalidade dos pressupostos antropológicos em que tais ciências se têm vindo a fundar.
Na secção de entrevistas, excecionalmente, publicamos duas conversas. A respeito do trabalho que tem vindo a desenvolver em torno das relações entre História e Filosofia, e muito em particular no modo como as duas tradições disciplinares se interrogam no trajeto de Michel Foucault, conversamos com Judith Revel. Esta entrevista, realizada por Elisa Lopes da Silva, traz luz sobre debates estruturantes do campo intelectual francês nas últimas décadas e convida à revalorização da questão da descontinuidade em história, ou da história como descontinuidade, e dos desafios a um tempo metodológicos e teóricos que tal levanta.
A Práticas da História 5 debruça-se também sobre o trajeto singular de Yuri Slezkine, que, a partir de Berkeley, tem vindo a produzir uma das mais importantes obras sobre a história do comunismo soviético. Na conversa que com ele tivemos, conduzida por José Neves, discutimos os principais desenvolvimentos nesse campo de estudos, em particular no contexto académico anglo-saxónico, sinalizando aproximações e distâncias entre perspetivas revisionistas como as de Sheila Fitzpatrick e contributos como os de Stephen Kotkin ou do próprio Slezkine. A entrevista é ainda uma oportunidade para olharmos para a história de algumas práticas disciplinares das ciências sociais e humanas em contexto soviético, nomeadamente a antropologia, na sua relação com os processos de construção étnica e nacional.
Em continuidade temática, na secção de recensões, Rui Lopes escreve sobre um recente volume colectivo em torno da representação e memória da Guerra Fria, The Cold War. Historiography, Memory, Representation, coordenado por Konrad H. Jarausch, Christian F. Ostermann e Andreas Etges.
José Ferreira (ICS – ULisboa), José Neves (IHC – NOVA FCSH) e Pedro Martins (IHC – NOVA FCSH)
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maio, 2024
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Detalhes do Evento
Congresso que se constitui como uma oportunidade para fazer um ponto da situação e discutir, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, o futuro dos estudos sobre a Revolução. Congresso
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Detalhes do Evento
Congresso que se constitui como uma oportunidade para fazer um ponto da situação e discutir, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, o futuro dos estudos sobre a Revolução.
Congresso internacional 50 anos do 25 de Abril
Cinquenta anos depois, o 25 de Abril e o processo revolucionário de 1974-75 continuam a ser objecto de discussão em várias disciplinas das ciências sociais e das humanidades. Sobretudo nas últimas décadas, os debates em torno da Revolução procuraram ir para além dos estudos pioneiros sobre o processo político e militar, através de múltiplas abordagens que ajudam a compreendê-lo em toda a sua complexidade: as transformações sociais e a participação política de base; os contextos internacionais, nomeadamente no que diz respeito aos processos de luta anti-colonial e à Guerra Fria; as dinâmicas políticas e sociais na sua diversidade regional; a economia política da Revolução; os repertórios de luta e as linguagens escritas, visuais e musicais; o papel da Revolução e da sua memória na história global e na sociedade portuguesa democrática; os processos de patrimonialização, musealização e preservação das memórias; as análises comparativas com outras revoluções e transições para sistemas democráticos.
Palestrantes:
Enzo Traverso (Cornell University)
Donatella della Porta (Scuola Normale Superiore, Firenze)
>> Programa do congresso (PDF) <<
Chamada para comunicações
A ocasião do cinquentenário surge assim como uma oportunidade para fazer um ponto da situação e discutir, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, o futuro dos estudos sobre a Revolução. Neste sentido, o Congresso Internacional 50 anos do 25 de Abril apela à participação de investigadores/as de áreas tão distintas como a sociologia, a história, a economia, a ciência política, as relações internacionais, a antropologia, a história de arte e os estudos artísticos e literários. Privilegiam-se abordagens inovadoras nos âmbitos temáticos acima referidos que contribuam para reforçar o conhecimento deste momento fundador da nossa contemporaneidade.
Plano Temático:
Secção I | O derrube da ditadura: A secção I compreende os estudos sobre o Marcelismo e a crise final do regime nas suas dimensões nacional e internacional, incluindo as dinâmicas sociais e políticas geradas em torno Guerra Colonial.
Secção II | A revolução política: A secção II é dedicada à dissolução do aparelho de repressão política, judicial e censório e a responsabilização política, criminal e administrativa dos seus agentes (dissoluções, prisões, saneamentos, interdições, julgamentos), ao processo político revolucionário (as suas diferentes fases entre o 25 de Abril e a aprovação da Constituição de 1976), à Assembleia Constituinte, aos Pactos MFA/Partidos e à Constituição de Abril de 1976, aos partidos políticos e à conquista das liberdades públicas, do sufrágio universal e do direito à greve.
Secção III | A revolução económica e social: A secção III inclui investigação sobre as lutas dos trabalhadores e os órgãos de vontade popular, as lutas dos moradores e a questão da habitação, a reforma agrária e as novas políticas agrárias, as nacionalizações e as estratégias de desenvolvimento económico, as lutas feministas e as organizações das mulheres, as lutas pela diversidade sexual e de género e os seus movimentos, as lutas anti-racistas e os seus movimentos, a população racializada, o ensino e o movimento estudantil.
Secção IV | A revolução cultural: A secção IV versa sobre a cultura no PREC, incluindo a imprensa, o audiovisual (rádio e televisão), a música, o cinema, o teatro, a literatura, a pintura e os murais, o cartaz.
Secção V | A queda do império colonial: A secção V é dedicada à descolonização. Reúne apresentações sobre a situação da Guerra Colonial e as guerras de libertação em 1974, a questão colonial e o poder político e militar em Portugal no processo revolucionário, os movimentos de libertação nacional e o processo de descolonização, os efeitos da descolonização na sociedade portuguesa, a chegada a Portugal de populações das antigas colónias, a situação dos militares africanos integrados nas forças militares portuguesas, o racismo estrutural da sociedade portuguesa.
Secção VI | Processo revolucionário e relações internacionais (1974-1976): A secção VI trata da conjuntura internacional e da política externa dos governos provisórios, das ligações internacionais entre forças políticas e o poder militar, dos apoios internacionais e da intervenção externa no processo revolucionário.
Secção VII | A revolução portuguesa e os processos de transição para a democracia: A secção VII introduz a dimensão comparativa no estudo da Revolução portuguesa. Aborda a temática a partir de reflexões em torno das Revoluções, dos processos de democratização, das convergências e divergências das transições para a democracia.
Secção VIII | As representações da memória política do 25 de Abril: Nesta secção agrupam-se as pesquisas dedicadas aos processos de memorialização do passado e as suas mutações ao longo do tempo, às políticas publicas de memória e às políticas do esquecimento, aos debates das interpretações sobre história e memória em suas múltiplas dimensões e ao comemorativismo.
Submissão de propostas 🔗 neste link.
Datas: 2, 3 e 4 de Maio de 2024
Local: Reitoria da Universidade de Lisboa
Os interessados/as devem submeter a sua proposta através do formulário até dia 10 de Setembro de 2023.
Comissão Organizadora
Maria Inácia Rezola, Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril / IHC – NOVA FCSH / IN2PAST
Fernando Rosas, IHC – NOVA FCSH / IN2PAST
José Neves, IHC – NOVA FCSH / IN2PAST
Miguel Cardina, CES – Universidade de Coimbra
Rita Almeida de Carvalho, ICS – Universidade de Lisboa
José Lopes Cordeiro, Universidade do Minho
Comissão Científica
Álvaro Garrido, CEIS20 – Universidade de Coimbra
António Costa Pinto, ICS – Universidade de Lisboa
Fernando Rosas, IHC – NOVA FCSH / IN2PAST
José Lopes Cordeiro, Universidade do Minho
José Neves, IHC – NOVA FCSH / IN2PAST
Luís Trindade, CEIS20 – Universidade de Coimbra
Luísa Tiago de Oliveira, CIES – ISCTE
Manuel Loff, Universidade do Porto, IHC – NOVA FCSH
Maria da Conceição Meireles Pereira, CITCEM
Maria Fernanda Rolo, Pólo do CEF na NOVA FCSH
Maria Inácia Rezola, Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril / IHC – NOVA FCSH / IN2PAST
Miguel Cardina, CES – Universidade de Coimbra
Rui Bebiano, Centro de Documentação 25 de Abril – Universidade de Coimbra
Sérgio Campo Matos, CHUL – FLUL
Sílvia Roque, CES – Universidade de Coimbra e Universidade de Évora
Sónia Vespeira de Almeida, CRIA – NOVA FCSH
Rita Rato, Museu do Aljube
Luísa Teotónio Pereira, CIDAC • CULTRA, Cooperativa Culturas do Trabalho e Socialismo
Tempo
2 (Quinta-feira) 8:30 am - 4 (Sábado) 6:30 pm
Organizador
Várias instituições
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