
Conhecidos os resultados da sétima edição do Concurso de Estímulo ao Emprego Científico (CEEC), promovido pela FCT, é com muito gosto que anunciamos que o IHC ganhou oito novos contratos de investigação: quatro na categoria de Investigador Júnior e quatro na categoria Investigador Auxiliar, o que resultará na integração de quatro novos membros no Instituto.
Na categoria de Investigadora Auxiliar, Aurora Almada e Santos vai continuar a sua investigação do multilateralismo, desta vez, estudando o envolvimento de Portugal no sistema de mandatos estabelecido pela Sociedade das Nações, em correlação com outras potências imperiais. O objectivo é alargar a compreensão da utilização das organizações internacionais como meio de coordenação do imperialismo e, simultaneamente, como plataforma de competição entre potências imperiais.
Quintino Lopes, também na categoria de Investigador Auxiliar, vai consolidar a investigação iniciada com o seu contrato de Investigador Júnior e com o projecto PHONLAB. Tomando como caso de estudo o Laboratório de Fonética de Coimbra, o novo projecto tem como objectivo compreender o desenvolvimento da ciência durante o século XX através da revelação de práticas científicas da «periferia» que até agora não foram tidas em conta na História da Ciência.
Rita Luís, actualmente investigadora e gestora de ciência no IN2PAST, vai retomar, como Investigadora Auxiliar do IHC, a sua investigação em torno da censura na Península Ibérica, nomeadamente dos seus efeitos no quotidiano: como é que a censura transformou ideologias em práticas? Quem as executou e como evoluíram? A televisão vai ser o objecto privilegiado para a análise das transformações culturais ao nível dos costumes sociais, do consumo e das práticas culturais.
Por fim, Paulo Catrica, também como Investigador Auxiliar, vai dar continuidade ao projecto iniciado no âmbito de um financiamento exploratório do IN2PAST, estimulando uma leitura crítica e mnemónica da nova cidade de Vila Nova de Santo André, através de um conjunto de iniciativas multidisciplinares que cruzam a história com a matriz ideológica da arquitectura e do urbanismo, a história oral, a fotografia e a antropologia. A investigação será feita tendo em conta o contexto do Complexo Industrial de Sines.
Na categoria de Investigadora Júnior, Ana Mafalda Lopes, que havia sido investigadora do projecto VINCULUM, inicia um novo projecto dedicado à migração feminina, nomeadamente a migração das mulheres das zonas rurais para a cidade de Lisboa durante a transição para o período industrial. O projecto visa repensar o fenómeno da migração, destacando a importância da urbanização na criação de novas oportunidades de trabalho para as mulheres, mas também no desenvolvimento de novas formas de sociabilidade e de controlo social por parte das autoridades.
Vindo de Espanha, Eduardo Abad García, também Investigador Júnior, propõe-se examinar o papel da dissidência ortodoxa dentro do movimento comunista internacional a partir de uma perspectiva comparativa e transnacional — um fenómeno pouco explorado. Tem como objectivo contribuir para uma história global mais diversificada e inclusiva do comunismo, explorando como as ideias comunistas ortodoxas circularam internacionalmente e moldaram subjetividades, solidariedades e redes.
Sam Fernandez Garrido, também do país vizinho e Investigadora Júnior, vai debruçar-se sobre a cultura material da ginecologia espanhola, examinando o papel dos objectos clínicos como agentes activos na formação do conhecimento biomédico sobre o corpo feminino. Este é um desafiante projecto interdisciplinar, baseando-se na intersecção entre a história da medicina, a antropologia médica e os estudos de género.
Da Polónia, vamos acolher Ewa Kumelowski, Investigadora Júnior com um projecto também focado nas mulheres: a sua experiência na II Guerra Mundial no Corpo Médico partisan da Jugoslávia — terreno fértil para explorar como as estruturas tradicionais de género foram desafiadas, mantidas e negociadas na experiência jugoslava da Segunda Guerra Mundial. O objectivo é expandir a compreensão do complexo quotidiano em tempo de guerra para incluir uma variedade de mulheres cujas contribuições foram amplamente omitidas das narrativas históricas dominantes.
Um ano mais, congratulamo-nos com o excelente resultado alcançado pelas candidatas e candidatos que apoiámos e lamentamos que tantas outras e outros, de igual calibre, não tenham tido, ainda, a oportunidade de obter um contrato CEEC.
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