Projectos PHEP

Projectos de Investigação — Programa de História na Esfera Pública

 

O Instituto de História Contemporânea reúne uma equipa multidisciplinar de investigadores/as com competências e conhecimentos especializados nas áreas da história, da arquivística, da museologia, do património, entre outras. Para além da investigação fundamental, a equipa do IHC tem-se envolvido em inúmeros projectos de investigação e divulgação científica através da prestação de serviços a entidades públicas, privadas e da sociedade civil.

Aqui, destacamos alguns dos projectos mais relevantes e recentes.

 

História do Movimento Associativo Gráfico em Portugal

 

Em 2021, o Instituto de História Contemporânea foi contratado pela APIGRAF, a Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel, para desenvolver uma investigação que sustentasse a celebração dos 170 anos do associativismo gráfico em Portugal, efeméride assinalada em 2022.

O projeto foi coordenado por José Neves e contou com a participação de uma equipa multidisciplinar constituída por Cláudia Figueiredo, Rahul Kumar, Joana Dias Pereira e Nuno Medeiros. Conjugou os objectivos da APIGRAF, que incluem a preservação e valorização das suas memórias históricas e a promoção e divulgação do papel da indústria gráfica em Portugal a partir do século XIX, com a missão do IHC de investigação histórico-científica e uma aposta em estreitas relações com agentes sociais.

Em Novembro de 2022, organizámos o seminário “As indústrias gráficas no Portugal contemporâneo: História, Memória e Património Cultural” na Biblioteca Nacional de Portugal. Assinalando os 170 anos da criação da Sociedade de Soccorros dos Typographos Portuenses (1 de Janeiro de 1852) e da Associação Typographica Lisbonense (28 de Julho de 1852), discutiu-se o papel das indústrias gráficas no mundo contemporâneo, considerando a sua relevância para a história da cultura impressa, assim como a sua disseminação na vida quotidiana moderna em geral.

O projecto culminou com a publicação da obra “170 Anos do Movimento Associativo Gráfico”, para a qual também foi convocado o investigador Paulo Catrica e diversas empresas gráficas. A obra é constituída por dois volumes: “Os 170 Anos do Movimento Associativo dos Industriais Gráficos” e “Os Mundos da Indústria Gráfica e Transformadora do Papel”. O lançamento decorreu em Braga durante o Encontro de 2024 da APIGRAF. Na produção dos dois livros e da caixa que os engloba recorreram-se a várias técnicas inovadoras “como a utilização de estampagem no verniz serigráfico e a geração de imagens que apenas irão surgir com a reação do verniz à luz solar”.

 

Fotografia do livro “Os Mundos da Indústria Gráfica e Transformadora do Papel”, aberto e exposto numa mesa durante do encontro 2024 da APIGRAF. Na página à vista lê-se “In primis imprimo”, um texto rodeado por vários elementos decorativos e gravações.

© APIGRAF

 

História do Mutualismo

 

Em 2020, o IHC foi contratado pela União das Mutualidades Portuguesas para levar a cabo uma pesquisa sobre as raízes históricas do movimento mutualista, tanto em Portugal como nas suas ex-colónias. O projeto foi coordenado por Joana Dias Pereira, contando também com a participação de Rui Henriques.

Da investigação levada a cabo, resultaram dois livros: “Origens do Mutualismo em Portugal” (2021) e “História do Mutualismo nas ex-colónias portuguesas” (2022). Na entrevista abaixo, Joana Dias Pereira explica a investigação e as descobertas publicadas no primeiro livro:

 

 

O livro “História do Mutualismo nas ex-colónias portuguesas” venceu o Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio 2023, na Categoria de Estudos e Investigação na Lusofonia. O obra procurou “identificar a extensão da disseminação do modelo mutualista nos territórios das ex-colónias portuguesas, a sua capacidade de adaptação institucional e resiliência, sem desconsiderar as ancestrais práticas de reciprocidade informal entre as comunidades locais”. O autores “fizeram um levantamento exaustivo das associações que foram reconhecidas pelas autoridades coloniais” e também “uma investigação na etnografia colonial para identificar as associações que não foram reconhecidas”. Concluíram que, em todas as organizações, o mutualismo estava presente, demonstrando que “é uma prática de acção colectiva transversal a diferentes culturas e diferentes situações geográficas, económicas, políticas”, incluindo a colonial, onde teve um papel preponderante.

No âmbito do projecto, em 2023 foi ainda organizado o congresso “O papel da proteção social complementar para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: o caso do mutualismo“, em São Tomé e Príncipe. No vídeo abaixo, Joana Dias Pereira explica a componente colonial do projecto:

 

 

Museu Nacional Resistência e Liberdade

 

Em 2018, foi assinado um protocolo de colaboração entre o Instituto de História Contemporânea e a Direcção-Geral do Património Cultural (agora extinta) com vista à investigação e produção de conteúdos para a exposição permanente do projectado Museu Nacional Resistência e Liberdade, na fortaleza de Peniche. O IHC integrou ainda a Comissão de Instalação de Conteúdos e da Apresentação Museológica.

O projecto de investigação foi coordenado por Fernando Rosas e contou com a participação de Francisco Bairrão Ruivo, Joana Dias Pereira, Maria Alice Samara e Susana Martins. Com base numa investigação inicial foi inaugurada, em 2019, a exposição temporária Por teu Livre Pensamento, que regatou “momentos marcantes da história contemporânea – a repressão e a violação dos direitos humanos pela Ditadura Militar e o Estado Novo, a Guerra Colonial, a Resistência ao Fascismo, o 25 de Abril e o Regime Democrático – a partir da memória do lugar, a Prisão de Peniche”.

 

Fotografia da exposição "Por teu Livre Pensamento"

© Diana Barbosa

 

A investigação continuou, contribuindo para a constituição da exposição permanente do museu. O Museu Nacional Resistência e Liberdade foi formalmente inaugurado a 27 de Abril de 2024, assinalando os 50 anos da libertação dos presos políticos após a revolução de 25 de Abril de 1974.

 

Detalhe do mural dos presos políticos na fortaleza de Peniche, agora Museu Nacional Resistência e Liberdade

© Diana Barbosa

 

Além disso, há dois projectos de doutoramento em curso no IHC que são co-acolhidos pelo museu: “O Museu Nacional Resistência e Liberdade (Peniche) e a Memória da Violência Política do Século XX: Estudo Comparado entre Portugal, a África do Sul e o Chile”, de Sofia Lisboa, e “Corpos Femininos, Presos Políticos: A Violência Policial face às Mulheres na Resistência ao Regime Fascista”, de Inês Ferreira de Almeida.

 

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