O IHC esteve em Cannes!

Mai 27, 2025 | Notícias

Miguel Carmo e José Filipe Costa foram dois dos dez argumentistas que trabalharam na fita O Riso e a Faca, realizado por Pedro Pinho, que estreou na secção Un Certain Regard do 78.º Festival de Cannes, dedicada a obras com visões artísticas singulares.

O filme segue as “aventuras atormentadas” de Sergio (Sérgio Coragem), um engenheiro ambiental enviado  à Guiné-Bissau para “trabalhar como engenheiro ambiental para uma ONG, na construção de uma estrada entre o deserto e a selva”. É lá que conhece o brasileiro Gui (Jonathan Guilherme) e a guineense Diara (Cleo Diára), com quem estabelece uma “relação íntima mas desequilibrada”. Na Magazine HD, o crítico José Vieira Mendes descreve O Riso e a Faca como “uma viagem densa e inesperadamente por vezes até cómica pela África Ocidental, contada através dos olhos do Sérgio, um engenheiro português que tenta encontrar o seu lugar num mundo que o rejeita subtilmente” e no qual Pedro Pinho explora “os legados coloniais com ousadia formal e complexidade moral”. Cleo Diára foi distinguida com o prémio de Melhor Actriz na secção Un Certain Regard — feito inédito.

Mas, voltando aos nossos investigadores, falámos com Miguel Carmo, estreante ele próprio nestas andanças mas experiente na engenharia ambiental e no trabalho na Guiné-Bissau, onde coordenou um projeto de desenvolvimento para colocação de bombas de água manuais em aldeias na zona Norte do país. Esta experiência de vida, a sua amizade com Pedro Pinho e o seu interesse pelos debates “em torno da possibilidade histórica de sociedades contra o estado (Pierre Clastres) na costa ocidental africana”, terão sido factores que levaram ao convite do realizador para integrar a equipa de argumentistas. Miguel revela-nos ainda que aprendeu “muito sobre as dinâmicas, técnicas e a própria evolução histórica da escrita para cinema” e que, com Pedro Pinho, teve “lições breves sobre narrativa em cinema e escrita de argumento”. Já José Filipe Costa, “uma das pessoas com mais experiência de escrita no grupo e de uma grande generosidade, surpreendeu-nos inúmeras vezes com cenas muito ricas, inteligentes e acabadas”, acrescenta.

Além de Miguel Carmo e José Filipe Costa, foram argumentistas desta obra Leonor Noivo, Luís Miguel Correia, Luísa Homem, Marta Lança, Miguel Seabra Lopes, Paul Choquet, Tiago Hespanha e o próprio Pedro Pinho.

Ainda antes da atribuição do prémio a Cleo Diára, Luc Chessel escrevia no Libération que esta era uma “uma espécie de obra-prima louca”, enquanto que Boris Bastide, no Le Monde, a classificava como “uma das propostas mais interessantes vistas na Croisette este ano”. E também assim se leva a história ao espaço público.

 

Imagem: O Riso e a Faca (© Uma Pedra no Sapato / Terratreme Filmes)

 

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