setembro, 2019

25set6:00 pm8:00 pmO abandono de crianças na Lisboa OitocentistaNovos Estudos & Novos Olhares Sobre a Cidade - III Ciclo6:00 pm - 8:00 pm Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, Campo Grande 245, 1700-091 LisboaTipologia do Evento:Ciclo,Conferência

Detalhe do cartaz da conferência

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Detalhes do Evento

Sexta sessão do terceiro ciclo de conferências sobre a história de Lisboa, organizado por Daniel Alves (IHC) e Rosa Maria Fina (CLEPUL) e acolhido pelo Museu de Lisboa. Com Joana Paulino.

 

Novos estudos & Novos olhares sobre a cidade: Lisboa do Terramoto à Revolução de Abril
III Ciclo de Conferências

 

O abandono de crianças na Lisboa Oitocentista
Joana Vieira Paulino (IHC — NOVA FCSH)

 

Durante os primeiros cerca de 70 anos do século XIX o número de crianças abandonadas aumentou dramaticamente. Uma das razões residia na legalidade do abandono anónimo infantil, comum aos Estados católicos do sul europeu e materializada nas rodas, mecanismo giratório que permitia deixar a criança na instituição sem que o expositor fosse identificado.

Tentando combater esta hecatombe e a elevada mortalidade destes menores, iniciaram-se debates sobre o fim do das exposições anónimas legais. A situação era particularmente gravosa na capital, onde a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tutelava a criação dos expostos, tendo aí sido abandonadas anualmente quase 3 000 crianças em meados de Oitocentos. Por este motivo, em Lisboa, a partir do final de 1870, o abandono anónimo infantil foi penalizado. Passou-se da criança abandonada para a criança assistida (e subsidiada), incentivando-se a responsabilização parental.

Como se processou esta mudança na cidade de Lisboa? Diminuiu o número de abandonos? Quem abandonava estas crianças? De que localidades vinham? Para onde eram enviados os expostos para criar? Como era o percurso de vida de uma criança abandonada tuteada pela Misericórdia de Lisboa? Existia possibilidade de ser integrada numa família e na sociedade? Estas (e outras) são algumas das questões às quais se procurará responder.

 

Sobre a oradora:
Joana Vieira Paulino é licenciada e mestre em História, com especialização em História Contemporânea, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa. Nesta última etapa, elaborou a dissertação intitulada “A linha de Cascais: construção e modernização. Reflexos no turismo e no processo de suburbanização da cidade de Lisboa”. Tendo apresentado a mesma a concurso, venceu a 1ª edição do Prémio História de Cascais – Ferreira de Andrade (2015), atribuído pela Câmara Municipal de Cascais. A mesma dissertação deu ainda origem a múltiplas comunicações em encontros nacionais e internacionais e a artigos em actas e revistas com arbitragem científica.
Foi Bolseira de Iniciação Científica e Bolseira de Investigação em projectos do Instituto de História Contemporânea e no CHAM – Centro de Humanidades. Teve ainda uma Bolsa de Iniciação Científica num projecto desenvolvido no Centro de Estudos de História Contemporânea.
Actualmente frequenta o Doutoramento em História, especialização em História Contemporânea, na mesma instituição. Foi-lhe atribuída uma Bolsa de Doutoramento pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (Ref.: SFRH/BD/112019/2015) para elaboração da tese intitulada “O abandono infantil em Lisboa, antes e depois da extinção da roda dos expostos (1850-1910)”, orientada pelo Professor Doutor Luís Espinha da Silveira. No âmbito deste estudo de cariz social, de mentalidades e regional já realizou comunicações nacionais e internacionais, possui artigos publicados e venceu o 3º Prémio de Jovens Investigadores da Associação de Demografia Histórica (2016).

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Cartaz da conferência "O abandono de crianças na Lisboa Oitocentista"

 

ENTRADA LIVRE

Sobre o ciclo:
Não se pode dizer que a investigação académica sobre Lisboa alguma vez tenha passado de moda, afirma-se um contínuo olhar sobre a cidade e descobre-se nela, no seu espaço e nas suas gentes, motivos para novos estudos todos os anos. A perspectiva deste ciclo de conferências é, por isso, a de renovar esse olhar apresentando e discutindo trabalhos, textos, projectos que têm Lisboa como cenário ou Lisboa como actriz. E são estas duas visões que enquadram os estudos que fazem parte deste ciclo de conferências: por um lado, caracterizar a vivência quotidiana, a sociabilidade e as dinâmicas culturais, sociais ou políticas daqueles que viveram ou passaram pela cidade; por outro lado, analisar o seu espaço físico, o seu pulsar urbano, as suas transformações. Estes dois olhares, porém, não os queremos fixos numa determinada época, antes os estendemos num arco de mais de dois séculos, procurando abarcar a História de Lisboa do século XVIII ao século XX. Queremos que sejam também histórias nunca antes contadas sobre Lisboa e os lisboetas, queremos apelar à imaginação dos que vierem assistir e queremos que venham debater connosco cada um dos temas propostos.

Tempo

(Quarta-feira) 6:00 pm - 8:00 pm

Localização

Museu de Lisboa - Palácio Pimenta

Campo Grande 245, 1700-091 Lisboa

Organizador

Instituto de História Contemporânea da Universidade NOVA de Lisboa, Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Museu de Lisboa

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