março, 2023

23mar4:00 pm6:00 pmMonumentos coloniais no espaço públicoWorkshop História e Metodologia4:00 pm - 6:00 pm NOVA FCSH, Colégio Almada Negreiros, Sala SA, Campus de Campolide da NOVA — 1099-085 LisboaTipologia do Evento:Ciclo,Workshop

Detalhe do cartaz do workshop

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Detalhes do Evento

Terceira sessão do workshop História e Metodologia, sobre a análise de materiais necessários para a compreensão do objectos de estudo históricos.

 

História e Metodologia

 

Monumentos coloniais no espaço público:
materialidades, memórias impostas e narrativas históricas contestadas

Victor Barros (Casa de Velázquez e IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)

 

Resumo:
Esta comunicação propõe analisar a forma como os monumentos comemorativos coloniais inscrevem, no tempo e no espaço, a simbologia e a prática do colonialismo. Estudar monumentos coloniais como fonte de análise histórica implica, em termos metodológicos, adotar uma perspetiva historiográfica construtivista que, por um lado, olha para esses artefactos como materialidades produzidas em contextos espácio-temporais específicos por agentes inseridos em redes de relações desiguais de poder e impelidos por motivações sociopolíticas e culturais de diversa ordem. Por outro, os monumentos devem ser também pesquisados a partir do repertório de mensagens, símbolos e discursos (escritos, imagéticos, alegóricos e outros) que difundem para o público, induzindo visões essencialistas de temporalidade por vezes anacrónicas e até contraditórias entre si. Uma outra advertência metodológica: os monumentos não são uma incarnação direta dos factos a que fazem alusão, nem são história propriamente dita dos acontecimentos que evocam. Pelo contrário. São materializações estético-políticas (mas não só) de artifícios e expedientes que o poder gera e gere. Neste sentido, devem ser investigados como instrumentos que nos ensinam muito mais sobre as épocas, os regimes políticos e as pessoas que os produziram e os promoveram do que propriamente sobre o passado, o tempo e a história que pretendem narrar (só com aparência e simulacro).
Os monumentos comemorativos coloniais de Cabo Verde serão examinados como instrumentos integrantes do repertório imperial e, ao mesmo tempo, como recursos materiais e tecnologias político-culturais para revigorar as redes de mensagens do poder que os concebeu. Sem perder de vista as recentes contestações transnacionais em torno dos legados memoriais da escravatura e do colonialismo ainda presentes no espaço público, a comunicação colocará também em destaque alguns aspetos relacionados com os usos públicos do passado e as demandas pela reescrita da história.

Nota biográfica:
Víctor Barros é Historiador, Doutorado em Estudos Contemporâneos pela Universidade de Coimbra com uma tese sobre comemorações, usos públicos da história e memória do império nas colónias durante o Estado Novo português (1933-1974), tese essa distinguida em outubro de 2020 no Prémio Internacional de Investigação Histórica Agostinho Neto. É também autor do livro Campos de Concentração em Cabo Verde: As Ilhas como Espaços de Deportação e Prisão no Estado Novo, distinguido com uma Menção Honrosa no Prémio de História Contemporânea Vitor de Sá, em 2008. Os seus interesses de investigação centram-se nas questões da história colonial e dos impérios coloniais, dos anticolonialismos, das políticas de memória, dos usos públicos da memória colonial, da escrita da história, entre outros. Trabalhou igualmente como membro do projeto de investigação ‘Amílcar Cabral – Da História Política às Políticas de Memória’. Tem artigos publicados em revistas como The International History ReviewRevista Portuguesa de HistóriaRevista Angolana de SociologiaRevista de História da IdeiasPráticas da História: Journal on Theory, Historiography and Uses of the PastEuropean Contemporary History. É atualmente investigador da École des Hautes Études Hispaniques et Ibériques da Casa de Velázquez em Madrid e membro do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.

 

Inscrições (gratuitas): 🔗 LINK

 

Cartaz do workshop "Monumentos coloniais no espaço público: materialidades, memórias impostas e narrativas históricas contestadas", com Victor Barros, da Casa de Velázquez e do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. 23 de Março às 16 horas, na sala SA do Colégio Almada Negreiros. Integrado no ciclo "História e Metodologia", organizado por Yvette Santos e Mariana Meneses, do IHC e CHAM, respectivamente. O cartaz inclui uma fotografia de uma busto de um homem negro que se encontra exposto no Jardim Botânico Tropical, em Lisboa.

 

Sobre o ciclo:

Este workshop destina-se aos investigadores/as em história (mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos), que pretendam adquirir e aprofundar técnicas de análise de materiais necessários para a compreensão dos seus objectos de estudo históricos. Cada material transmite conhecimentos. O seu questionamento e as suas interpretações necessitam do recurso a uma metodologia rigorosa e, simultaneamente, criativa. As fontes históricas convocadas por este workshop serão, por isso, diversas e complementares: documentos oficiais e não oficiais, materiais e imateriais tais como sons, objectos e imagens.

Cada sessão, de duas horas e constituída por uma componente teórico-prática, será animada por especialistas das humanidades e das ciências sociais. As abordagens percorrerão, numa perspetiva interdisciplinar, vários períodos históricos (medieval, moderno, contemporâneo).

A entrada é livre e as sessões são presenciais, com início às 16h00.

Mais informações em abordagensmetodologicasfcsh@gmail.com.

Organização: Yvette Santos (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST) e Mariana Meneses (CHAM — NOVA FCSH)

 

>> Programa completo e actualizado do ciclo (PDF) <<

 

Tempo

(Quinta-feira) 4:00 pm - 6:00 pm

Localização

NOVA FCSH, Colégio Almada Negreiros, Sala SA

Campus de Campolide da NOVA — 1099-085 Lisboa

Organizador

Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e CHAM - Centro de Humanidades

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