setembro, 2019
Detalhes do Evento
Conferência internacional e interdisciplinar sobre a história e legado da Sociedade das Nações, com organização do IHC, CEI-IUL e CEIS20-UC. Um Século de
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Detalhes do Evento
Conferência internacional e interdisciplinar sobre a história e legado da Sociedade das Nações, com organização do IHC, CEI-IUL e CEIS20-UC.
Um Século de Internacionalismos:
A Promessa e os Legados da Sociedade das Nações
Esta conferência internacional pretende contribuir para renovar o interesse e melhorar o conhecimento da Sociedade das Nações (SDN) e do seu impacto neste último século marcado por vagas fortes de internacionalismo e globalização, mas também de crise e reação nacionalista.
Uma instituição multilateral como a SDN é o objecto ideal para uma história verdadeiramente global e conectada, que vá para além das tradições historiográficas nacionais. É o que se pretende fazer com esta conferência por via de apresentações sobre estes temas por 65 oradores, afiliados a 60 instituições de 18 países diferentes.
A mortandade de milhões na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) levou a um esforço na conferência de paz de Paris, de 1919, para desenhar uma nova ordem internacional, com novas normas e instituições. A criação, em 1920, da primeira organização multilateral permanente na forma da Sociedade das Nações, antecessora directa da ONU, foi o resultado mais ambicioso e controverso deste esforço. Apesar de a SDN ter acabado por falhar no seu objectivo principal de impedir uma Segunda Guerra Mundial, nem por isso deixou de marcar, e de nos ajudar a perceber, múltiplas dimensões da vida global nas duas décadas da sua existência. Muitas destas questões, que serão abordadas nos diferentes painéis desta conferência, ainda continuam a preocupar-nos hoje em dia: dos refugiados aos problemas de género, dos impérios e dos seus legados, dos conflitos territoriais ao terrorismo, dos direitos dos trabalhadores em diferentes partes do mundo às normas do sistema financeiro internacional.
ENTRADA LIVRE
Palestrantes convidados:
Colin Wells (United Nations Library at Geneva)
Nicholas Werth (Institut d’Histoire du Temps Présent — CNRS)
Philippe Rygiel (École Normale Supérieure de Lyon)
Patricia Clavin (University of Oxford)
Patrick Finney (Aberystwyth University)
Mónica Dias (Universidade Católica Portuguesa)
Chamada para comunicações
As organizações intergovernamentais – entendidas como estruturas multilaterais estabelecidas voluntariamente por estados soberanos, dotadas de órgãos permanentes e encarregues de prosseguir objectivos comuns – são ferramentas para resolver pacificamente os conflitos, promover e facilitar a cooperação no plano técnico. Estabelecendo uma ligação entre governos a nível mundial, procurando promover relações de cooperação entre os respectivos povos, as organizações intergovernamentais são um elemento fundamental da política global na era contemporânea. A genealogia intelectual das organizações intergovernamentais tem sido objecto de interessante e importante controvérsia política e também científica.
Instituída em Janeiro de 1920, no final da I Guerra Mundial, a Sociedade das Nações (SDN) foi a primeira organização multilateral permanente de manutenção da paz e da segurança colectiva, de promoção de uma nova ordem internacional que se pretendia estável e próspera. Apesar de se procurar, em princípio, que fosse uma organização global, os estados europeus formaram o núcleo central de membros fundadores. Ao fim de uma década começou a ficar claro que o desempenho da organização na resolução dos grandes conflitos não correspondeu às expectativas de garantir a segurança coletiva dos seus membros. Os votos de condenação e as sanções foram vãos contra as agressões crescentes. Nas áreas funcionais, na defesa dos direitos das minorias e na fiscalização da administração pelas potências imperiais dos mandatos e territórios coloniais, o registo da SDN estabeleceu um importante precedente, mas sem deixar de revelar limitações.
Com a suspensão das suas actividades no início da II Guerra Mundial e a sua posterior dissolução ficou associada à ideia de total falhanço, mas estudos actuais têm apontado novas direcções no sentido da valorização do conhecimento sobre a organização. Esta reabilitação da importância do estudo crítico da SDN tem conduzido à produção de diferentes leituras sobre as suas mais diversas facetas. Importa não somente olhar para a SDN a partir de uma abordagem da História Institucional, mas também cruzar e confrontar diferentes correntes teóricas e historiográficas que assegurem uma abordagem multifacetada e comparativa que faça justiça à rica e importante história da organização. As ferramentas da História Internacional, da História Global e Transnacional, da História das Ideias, da História Comparada, da História Social, da História Laboral, da História das Comunicações, da História da Saúde, da História das Migrações e outras, permitem evidenciar a presença e o papel da SDN em várias escalas e espaços, assim como a sua relação com uma diversidade de atores e temas. Somente através da conjugação de diferentes pressupostos metodológicos será possível apreender a dimensão da sua intervenção a vários níveis: local, nacional e internacional.
A pertinência da reflexão sobre a SDN justifica-se, para além do seu contributo mais académico, pela importância que as questões com as quais se debateu ainda têm na actualidade. A crescente globalização e mobilidade da era contemporânea, seja ela voluntária ou não, cria problemas e normas globais com enorme impacto nacional e local, como seja o tema dos direitos humanos. Neste sentido, tal como se passara com a SDN, tem cabido às organizações intergovernamentais definir regimes globais nas mais diversas áreas, do tráfico de drogas, ao terrorismo e aos refugiados. O que nos remete para o papel controverso mas indispensável que as organizações multilaterais desempenham na governança internacional, enquanto definidoras de normas e gestoras dos problemas e dos desafios das sociedades contemporâneas, que necessitam de uma resposta global.
Para promover o diálogo entre os que se dedicam ao estudo da SDN iremos organizar uma conferência interdisciplinar, que terá lugar em Lisboa a 19 e 20 Setembro 2019.
Serão conferencistas convidados (a confirmar):
− Erez Manela (Universidade de Harvard)
− Mark Mazower (Universidade de Columbia) – a confirmar
− Nicolas Werth (CNRS)
− Patricia Clavin (Universidade de Oxford)
− Patrick Finney (Universidade de Aberystwyth)
− Philippe Rygiel (École Normale Supérieure – Lyon)
− William Mulligan (University College Dublin)
Aceitam-se propostas para apresentações de 20 minutos sobre temas relacionados com a SDN, nomeadamente mas não exclusivamente:
− Genealogia intelectual das organizações intergovernamentais;
− Conceitos e metodologias para o estudo das organizações intergovernamentais;
− Historiografia sobre as organizações intergovernamentais e a SDN;
− A Conferência de Paz, o Tratado de Versalhes e a conjuntura da SDN;
− A organização institucional da SDN;
− A SDN e a relação com os seus estados membros;
− A SDN e o serviço civil internacional;
− A SDN e a manutenção da paz e da segurança internacionais;
− A SDN e os direitos das minorias e dos refugiados;
− A SDN, os impérios e os mandatos internacionais;
− A SDN, a questão social e a Organização Internacional do Trabalho (OIT);
− A SDN e as áreas técnicas;
− A SDN e os atores não estatais;
− A SDN e outras organizações;
− A SDN, o direito e a justiça internacional;
− A transição da SDN para a Organização das Nações Unidas (ONU).
Os resumos das apresentações (300 palavras), acompanhados por notas biográficas (250 palavras), devem ser enviados para: sdnconferencialisboa@gmail.com
Prazo para a submissão dos resumos: 31 de Outubro de 2018.
Data da notificação da aceitação das propostas: 15 de Dezembro de 2018.
As submissões podem ser em inglês, francês ou português. No entanto, para facilitar o diálogo, a organização encoraja os participantes a apresentarem as comunicações, sempre que possível, em língua inglesa.
Prevê-se a publicação das comunicações apresentadas na conferência.
A inscrição tem um custo de 25 EUR.
📄 Chamada para comunicações (PDF)
📄 Call for papers (PDF)
📄 Appel à communications (PDF)
Organização
Aurora Almada e Santos (IHC – NOVA FCSH)
Cristina Rodrigues (IHC – NOVA FCSH)
Bruno Cardoso Reis (ISCTE-IUL)
João Paulo Avelãs Nunes (CEIS20 – Universidade de Coimbra)
Pedro Aires Oliveira (IHC – NOVA FCSH)
Yvette Santos (IHC – NOVA FCSH)
Comissão Científica
Álvaro Garrido (CEIS20 – Universidade de Coimbra)
Aurora Almada e Santos (IHC – NOVA FCSH)
Bruno Cardoso Reis (ISCTE-IUL)
Cristina Rodrigues (IHC – NOVA FCSH)
Erez Manela (Universidade de Harvard)
Fernando Tavares Pimenta (IPRI – NOVA FCSH)
Filipe Ribeiro Meneses (Maynooth University)
Hipolito de la Torre Gómez (UNED)
Luís Nuno Rodrigues (ISCTE-IUL)
Mark Mazower (Universidade de Columbia)
Maria Manuela Tavares Ribeiro (CEIS20 – Universidade de Coimbra)
Nicolas Werth (CNRS)
Patricia Clavin (Universidade de Oxford)
Patrick Finney (Universidade de Aberystwyth)
Pedro Aires Oliveira (IHC – NOVA FCSH)
Philippe Rygiel (École Normale Supérieure – Lyon)
William Mulligan (University College Dublin)
Yvette Santos (IHC – NOVA FCSH)
Apoio institucional:
Instituto Diplomático / Ministério dos Negócios Estrangeiros
Tempo
18 (Quarta-feira) 2:30 pm - 20 (Sexta-feira) 7:00 pm
Localização
Biblioteca Nacional de Portugal e ISCTE-IUL
Lisboa
Organizador
Instituto de HIstória Contemporânea — NOVA FCSH, Centro de Estudos Internacionais — ISCTE-IUL e Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX — Universidade de Coimbra