Seminário de investigação do grupo de História Política Comparada. Com Xaquín Bermello Corominas, sobre as origens transnacionais da esquerda armada.

Da “serra” cubana à “mata” subsaariana.

Esquerda armada, revolução e descolonização. Espaços transnacionais da revolução cubana, PAIGC, MPLA e FRELIMO (1953-1966)

O surgimento triunfante da revolução cubana em 1959 modificou ideologias, estratégias e imaginários coletivos da esquerda latino-americana e europeia. Tanto sua insurreição como os governos revolucionários da década de 1960 estabeleceram as bases para novas maneiras de compreender a revolução, a esquerda e o Terceiro Mundo. A influência cubana também atingiu o mundo anticolonial afro-asiático, onde múltiplas organizações já recorriam à violência armada. Juntos, eles participaram da Conferência Tricontinental de Havana, estipulando o uso legítimo da violência contra o colonialismo e o imperialismo. Assim, este projeto quer investigar as origens transnacionais da esquerda armada através das conexões entre Cuba e um dos mais destacados confrontos armados do continente africano: a guerra anticolonial contra Portugal. Partindo das origens e influências díspares da revolução cubana, do PAIGC, do MPLA e da FRELIMO, bem como do seu desenvolvimento particular ao longo dos anos cinquenta e sessenta, a investigação abordará os canais humanos e ideológicos que lhes permitiram convergir na Conferência Tricontinental (1953-1966).

Orador: Xaquín Bermello Corominas
Graduado em História (Universidade de Santiago de Compostela, 2018), Master em História Contemporânea (USC, 2019) com prémio extraordinário, Master de Profesorado (USC, 2020). Colaborador na revista Mazarelos. A sua pesquisa de doutoramento centra-se na revolução cubana e nos espaços transnacionais da
esquerda armada.

Comentador: Victor Barros (IHC — NOVA FCSH)
Doutor em História pela Universidade de Coimbra, é atualmente investigador do IHC — NOVA FCSH. Os seus eixos de investigação são a construção da história e da memória de Cabo Verde.