abril, 2024
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Segundo de dois seminários de Colin Darch: será dedicado ao pan-africanismo e à sua relação com as lutas de libertação nas colónias africanas. Identidade Africana, a Unidade Continental, e
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Detalhes do Evento
Segundo de dois seminários de Colin Darch: será dedicado ao pan-africanismo e à sua relação com as lutas de libertação nas colónias africanas.
Identidade Africana, a Unidade Continental, e a Libertação:
Pan-Africanismo na África, 1960-1966
Na África na década de 1960, muitos líderes eram ativistas pan-africanistas, especialmente os anglófonos tais como Nnamdi Azíkiwe, Kwame Nkrumah, Julius Nyerere, Tom Mboya, e Kenneth Kaunda. Sendo naturais das ex-colónias britânicas são talvez menos conhecidos nos países lusófonos, e são frequentemente chamados de “nacionalistas”, no sentido de que lideraram movimentos de independência e se tornaram (com a excepção do assassinado Mboya) os primeiros chefes do governo do Congo, Nigéria, Gana, Tanganhica e Zâmbia. No seminário, argumenta-se que é importante reconhecer que esses líderes eram – quase todos – mais do que meros nacionalistas. Eram pan-africanistas convictos, para quem a conquista do estado pós-colonial e as suas estruturas herdadas, era apenas um degrau para um objetivo muito mais ambicioso: a união política de todo o continente africano. Entenderam esse objectivo como sendo a expressão mais concreta que possível da venerável ideologia do pan-africanismo. Entretanto, se entendermos o pan-africanismo principalmente como uma ideologia de união política africana, então parece ter sido apenas uma mera curiosidade histórica. Pode ser entendido, pelo contrário, como um complexo de ideias sobre a cultura e a sociedade, historicamente determinadas, e então o seu “regresso a África” após 1945, e especialmente na década de 1960 pode também ser visto como uma etapa no desenvolvimento do que foi, na verdade, uma visão do mundo adaptável e duradoura.
Sobre o orador:
Colin Darch — Historiador, sociólogo e documentalista académico sul-africano, reformado desde 2014, com vasta experiência de trabalho em universidades e centros de investigação: na Etiópia (1971-1974), Tanzânia (1975-1978), Moçambique (1979-1987), Zimbabué (1987-1991) e também no Brasil (1991-1992 e 2016). Formação pós-graduada como bibliotecário e documentalista; doutorado em história da Rússia pela Escola de Análise Social e Económica da Universidade de Bradford (Reino Unido). De 1997 a 2000, trabalhou como bibliotecário e documentalista no Consórcio de Bibliotecas do Cabo (CALICO, Cidade do Cabo); de 1992 a 1997, foi Professor da Universidade do Cabo Ocidental da Cidade do Cabo; de 2000 a 2013, foi Professor na Universidade do Cabo; de 2014 a 2023, foi Investigador Associado Honorário, da Unidade de Governança Democrática e Direitos, na Universidade da Cidade do Cabo. De 2017 a 2023 foi Investigador Honorário do Conselho de Pesquisa em Ciências Humanas, na Cidade do Cabo. Das obras mais recentes, destacam-se: “Voices of Liberation: Samora Machel. Leader and Liberator in Southern Africa“, editado com David Hedges (HSRC, 2024); “A Dictionary of Mozambican History and Society“, com Amélia Neves de Souto (HSRC, 2022); e “Nestor Makhno and Rural Anarchism in Ukraine, 1917-1921” (Pluto Press, 2020).
Tempo
(Terça-feira) 5:30 pm - 7:00 pm
Localização
NOVA FCSH, Colégio Almada Negreiros, Sala SA
Campus de Campolide da NOVA — 1099-085 Lisboa
Organizador
Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboacomunicacao.ihc@fcsh.unl.pt Avenida de Berna, 26C — 1069-061 Lisboa