junho, 2023

20jun4:00 pm6:00 pmArte contemporânea no limiteOficina de História e Imagem4:00 pm - 6:00 pm NOVA FCSH, Colégio Almada Negreiros, Sala SE1, Campus de Campolide da NOVA — 1099-085 LisboaTipologia do Evento:Ciclo,Workshop

Imagem ilustrativa da oficina

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Detalhes do Evento

Sessão aberta da Oficina de História e Imagem, em formato presencial, com uma apresentação de Luis D. Rivero Moreno.

 

Arte contemporânea no limite.
Obsolescência, liquidez e desaparição da new media art

 

Nesta sessão da Oficina de História e Imagem, vamos receber o historiador de arte, docente e investigador Luis D. Rivero Moreno.

 

Imagem ilustrativa da oficinaNa cultura contemporânea, a democratização da produção e da distribuição da imagem transforma os próprios utilizadores em produtores capazes de abastecer um sistema que, em grande parte, tem negado a necessidade de “profissionais da imagem”. O novo espectador torna-se então emancipado, transformando-se não só em consumidor, mas também em produtor e distribuidor, prescindindo do trabalho do tradicional autor qualificado.
As imagens (sejam artísticas ou não) são agora vivenciadas através da sua utilização em redes sociais e plataformas baseadas num rápido scrolling. O abundante material terá de ser ordenado segundo algoritmos e preferências, nomeadamente comerciais. Neste contexto, as imagens são exibidas sem se prestar muita atenção às suas características estéticas e à sua preservação futura.
As obras de arte relacionadas com as novas tecnologias e as imagens digitais em geral são, muito frequentemente, indistinguíveis, diluindo as linhas que separam a alta e a baixa cultura. Estão tão ligadas à tecnologia que dependem das suas condições instáveis. São dinâmicas e obsolescentes por natureza. É por isso que a maioria dos museus de arte contemporânea tem relutância em coleccionar arte dos novos media.
O processo actual de privatização da cultura aprofunda esta situação de “pobreza da imagem”. Neste cenário, as obras de arte perdem a sua capacidade de resistir ao tempo, pelo contrário, são utilizadas e descartadas a uma velocidade sem precedentes, uma vez que lhes é extraída uma produtividade comercial. No entanto, tanto a arte dos novos media como as imagens dos media populares têm um valor inegável como documentos históricos.
As novas condições da cultura anunciadas pelo capitalismo de plataforma e o desenvolvimento das tecnologias Web3.0 e blockchain reforçam a aceleração da produção, distribuição e, agora, transação, utilização e descarte de imagens. O potencial património do futuro está a desvanecer-se perante os nossos olhos, aprofundando a ideia de uma “estética da desaparição” já apontada por Virilio. A virtualização das experiências implica um novo tipo de viagem acelerada na Web, onde tudo o que é sólido parece desaparecer no ar.
Esta situação confirma a inviabilidade da tarefa de filtrar, armazenar, prestar atenção e cuidar das imagens na chamada, paradoxalmente, “cultura da imagem”. Coloca-nos à beira de uma potencial tragédia cultural, a da impossibilidade de legar um património que permita às gerações futuras compreender a cultura do nosso tempo.

 

Apresentação de: 

Luis D. Rivero Moreno é doutorado em História da Arte pela Universidade de Granada (Espanha). Investigador visitante na Universidade NOVA de Lisboa; Professor na Universidad de León (Espanha). Historiador de arte, docente e investigador com mais de quinze anos de experiência profissional. Trabalhou em diversas áreas relacionadas com a educação, as artes e a cultura, principalmente em instituições públicas (Comissão Europeia, Universidade de Granada, Governo Regional da Extremadura, entre outras). Como investigador, as suas principais áreas de estudo situam-se no âmbito da arte contemporânea e das suas relações com amplos aspectos da cultura e da sociedade atual: humanidades digitais, novas tecnologias, património e inovação, museus, género… Tem efectuado conferências e apresentações em congressos, simpósios e seminários, e publicado um grande número de artigos e comunicações a nível nacional e internacional. Realizou estadias profissionais e académicas em Bruxelas, Berlim e Lisboa. Colaborador em universidades online como a UNED e a UOC em Espanha. É membro de grupos de investigação na Universidade de Granada e León; membro de diferentes redes de investigação como a EuropeanaPro. Foi membro da equipa de trabalho do Ano Europeu do Património Cultural 2018; e trabalhou também em diferentes projetos de investigação, incluindo o Rock Project H2020. Regeneration and Optimization of Cultural heritage in creative and Knowledge cities, da Comissão Europeia. Actualmente desenvolve o projeto NEWER. New Media Art em Portugal na Universidade Nova de Lisboa graças aos Fundos Europeus NextGeneration EU.

 

Para mais informações e inscrições, contactar oficinahistoriaeimagem@gmail.com

 

Imagem: DeafBeef_Vol. 2 Series 0 – Caves, 2022

 

Tempo

(Terça-feira) 4:00 pm - 6:00 pm

Localização

NOVA FCSH, Colégio Almada Negreiros, Sala SE1

Campus de Campolide da NOVA — 1099-085 Lisboa

Organizador

Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e DocLisboa

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