abril, 2025

02abr(abr 2)10:00 am04(abr 4)1:30 pmDas Guerras ao Pós-25 de AbrilCongress10:00 am - 1:30 pm (4) School of Arts and Humanities - University of Lisbon, Alameda da Universidade — 1600-214 LisbonTipologia do Evento:Congress

Detalhe do cartaz do congresso internacional “Das Guerras ao Pós-25 de Abril: Os Militares em Territórios em Convulsão”. Inclui parte de uma fotografia que mostra soldados a manejarem armas e munições.

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Detalhes do Evento

Congress that will seek to analyse the role of the Portuguese armed forces and their adversaries from the colonial wars to the period of transition to independence.

 

Das Guerras ao Pós-25 de Abril:
Os Militares em Territórios em Convulsão

 

Hoje, cinco décadas após o 25 de Abril, impõe-se uma reflexão mais profunda sobre a actuação dos militares portugueses nas então colónias. Os condicionamentos decorrentes da nova situação política levaram os militares mobilizados a actuar de forma díspar, em rendições, combates ou negociações. Também os movimentos de libertação foram agindo de forma igualmente díspar num turbilhão de acontecimentos que se sucediam vertiginosamente. Entretanto, novas forças surgiam nos teatros de operações.

O colóquio internacional Das Guerras ao Pós-25 de Abril: Os Militares em Territórios em Convulsão – 2 a 4 de Abril de 2025 – procurará analisar o papel das forças armadas portuguesas e de seus adversários desde os tempos dos conflitos ao período de transição para as independências (Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor). Propõe-se também explorar a entrada em cena de novos actores militares (por exemplo, Cuba, África do Sul) e o tipo de interacção mantido com os militares portugueses.

 

>> Website do congresso <<

 

 

Programa resumido

 

2 de Abril

10h00 | Sessão de Abertura
11h00-12h00 | Painel I | A teorização da guerra
14h30-16h00 | Painel II | Os sentimentos na Guerra
16h00-16h30 – pausa
16h30-18h30 | Mesa-redonda | Biografias de combatentes

3 de Abril

9h30-11h30 | Painel III | Actuação das forças portuguesas nas colónias
11h30-11h45 – pausa
11h45-13h00 | Apresentação de livro | Crepúsculo do Império
13h00-14h30 – pausa
14h30-16h30 | Painel IV | Processos de transição para as independências
16h30-16h45 | Filme Por Ti, Portugal, eu Juro!

 

4 de Abril

9h30 – 11h30 | Painel V | No rescaldo das guerras, conflitos pelo poder Moderador
11h30-11h45: pausa
11h45-13h00 | Conferência de encerramento | Marcelo Bittencourt | Debates e lacunas historiográficas sobre o colonialismo e a guerra de libertação em Angola
Encerramento

 

>> Programa completo do congresso (PDF) <<

 

 


Chamada para comunicações

 

O tempo decorrido sobre a guerra colonial, ou as guerras de libertação, e a consequente sedimentação da inevitabilidade das independências – que se vão tornando distantes – vão relativizando sentimentos e expurgando o carácter panfletário de muitas das opiniões e dos juízos emitidos, por vezes sem fundamento, acerca da situação e das possibilidades de actuação dos militares portugueses, nos territórios ainda colonizados, antes e após o 25 de Abril de 1974.

Entre ensaios, monografias e memórias, já muito se escreveu sobre a guerra colonial ou sobre as guerras de libertação, assim como sobre a descolonização. Decerto, muitas questões ainda podem e devem ser discutidas – parafraseando Valentim Alexandre, não podia haver descolonização exemplar porque tal teria como premissa uma colonização exemplar –, mas importa uma reflexão mais profunda e justa sobre a actuação dos militares ao longo dessas várias guerras. Os militares estavam obviamente condicionados nas suas noções de autoridade e de missão, bem como na sua operacionalidade, tanto pela conjuntura internacional quanto pela repercussão de novos paradigmas políticos, que alastravam entre oficiais, sargentos e praças. Atente-se, por exemplo, na intermitência dos combates, na diversidade dos terrenos, nas reacções das populações, na multiplicidade de adversários e suas tácticas e armamentos. Independentemente do sentimento do imperioso cumprimento de um dever, inevitavelmente emergiria a percepção de que a beligerância se arrastava para um fim sem sentido.

Como já sucedia antes, a cada dia decorrido sobre o 25 de Abril, tal pesaria sobremaneira na decantação do juízo do nulo sentido político de acções militares. De permeio com mudanças na cadeia de comando e na operacionalidade, militares de diferentes condições e responsabilidade moveram-se em várias (e, nalguns casos, inusitadas) direcções, guiando-se por díspares motivações, decisões e estratégias, também na medida em que isso era política e militarmente possível. Se alguns ensaiaram como desígnio militar ganhar tempo até à definição política de Lisboa relativamente à independência das colónias, outros julgaram-se obrigados a agir quase disruptivamente para acelerar tal definição, forçando a mão dos decisores metropolitanos. Previsivelmente, as acções armadas coexistiram com encontros e acordos informais de tréguas com forças guerrilheiras dos movimentos.

Não obstante, os militares tiveram de lidar, nalguns casos, com o recrudescimento das acções armadas dos movimentos de libertação nos meses seguintes ao 25 de Abril. Com efeito, os militares portugueses foram sujeitos a acções armadas que, visando-os enquanto força do colonizador – com a justificação de circunstância de que se pretenderia democratizar em Portugal e prosseguir a colonização –, buscavam a conquista da melhor posição para garantir o acesso ao poder após a independência, em prejuízo de outros movimentos ou de meros concidadãos.

Se a guerra já se revelara um fardo pesado, após o 25 de Abril, a situação não foi menos desafiante: a actuação dos militares tornou-se variada, desde o desinteresse por acções armadas até à mobilização para conter tentativas restauracionistas ou para, sem sucesso, impor a paz, o que, por exemplo, não foi conseguido no turbilhão de Angola.

Sob pressão da eclosão e propagação de conflitos raciais e, depois, de violentíssimos confrontos, em que condições foi possível manter, ou não, uma coesão mínima? Como é que o comando e a capacidade operacional se mantiveram, ou se corroeram, no confronto entre o desejo de regressar “são e salvo” e a adesão aos projectos de construção nacional nos novos territórios, entre outras motivações?

Os militares desdobraram-se em actuações díspares: além de rendições inesperadas, ações ofensivas, negociações para o estabelecimento de acordos de cessar-fogo e de paz, actuação conjunta com forças dos movimentos, ou de uma das facções, suporte aos movimentos, sem esquecer ações de retaliação pela prisão de soldados portugueses.

Este Colóquio Internacional Das Guerras ao pós-25 de Abril: Os Militares em Territórios em Convulsão acolherá análises do papel das forças armadas portuguesas e de seus adversários desde os tempos dos conflitos ao período de transição para as independências (Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor).

Atenta a evolução nalguns territórios no sentido de uma acrescida internacionalização de seus diferentes conflitos, o Colóquio acolherá também contribuições que se proponham explorar a entrada em cena de novos atores militares (por exemplo, Cuba, África do Sul) e o tipo de interação mantido com militares portugueses.

 

Línguas de trabalho

Português, castelhano, francês e inglês

 

Eixos temáticos

  • Os cursos das guerras e a gestação de perceções políticas entre os militares
  • Actuações na governação dos territórios ultramarinos
  • Percepções políticas nas forças militares e coesão no terreno
  • Filiações político-ideológicas e actuação junto de civis
  • As especificidades dos processos de descolonização dos vários territórios
  • A condição das tropas lealistas
  • Elementos incorporados localmente: trajectórias do pré ao pós-25 de Abril
  • Interacções entre militares portugueses e corpos militares estrangeiros

 

As propostas de comunicação, em *docx, entre 180 a 200 palavras, deverão ser enviadas para o endereço guerra25abril@letras.ulisboa.pt até 15 31 de Janeiro de 2025. As propostas devem ser acompanhadas de uma nota biográfica com 100 palavras.

 

 

 

Comissão Organizadora

 

Ana Mónica Fonseca (CEI, ISCTE-IUL)
Augusto Nascimento (CH-ULisboa)
Catarina Laranjeiro (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)
João Vieira Borges (CPHM; CH-ULisboa)
Pedro Aires Oliveira (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)
André Morgado (secretariado) (CH-ULisboa)

 

 

Comissão Científica

 

Ana Mónica Fonseca (CEI, ISCTE-IUL)
Augusto Nascimento (CH-ULisboa)
Aurora Almada e Santos (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)
Catarina Laranjeiro (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)
Edalina Sanches (ICS — ULisboa)
João Fusco Ribeiro (CICP)
João Vieira Borges (CPHM; CH-ULisboa)
Luís Barroso (IUM)
Pedro Aires Oliveira (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)
Sílvia Correia (FLUP)
Sílvia Roque (CES; UÉ)
Vasco Martins (CES)
Víctor Barros (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)

 

 

Instituições organizadoras

 

Instituto de História Contemporânea — Universidade Nova de Lisboa
Centro de História da Universidade de Lisboa
Comissão Portuguesa de História Militar
Centro de Estudos Internacionais do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa

 

Cartaz do congresso internacional “Das Guerras ao Pós-25 de Abril: Os Militares em Territórios em Convulsão”. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2 a 4 de Abril de 2025. Website: guerra25abril.mozellosite.com . O cartaz inclui três fotografias. A primeira fotografia mostra soldados a manejarem armas e munições. A segunda fotografia mostra o que parece ser um veículo militar destruído. A terceira fotografia mostra um navio cheio de soldados junto a um porto, onde se vê também um guindaste.

 

Tempo

2 (Quarta-feira) 10:00 am - 4 (Sexta-feira) 1:30 pm

Localização

School of Arts and Humanities - University of Lisbon

Alameda da Universidade — 1600-214 Lisbon

Organizador

Several Institutions

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