janeiro, 2024

17jan(jan 17)3:00 pm19(jan 19)4:30 pmAs Consciências Religiosas perante o ColonialismoCongresso Internacional3:00 pm - 4:30 pm (19) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Alameda da Universidade MB, 1600-214 LisboaTipologia do Evento:Congresso

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Detalhes do Evento

Congresso internacional que visa lembrar aqueles que levantaram a sua voz contra a desumanidade do colonialismo, bem como avaliar o peso político e social das heranças religiosas.

 

As Consciências Religiosas perante o Colonialismo:
Vivências e Legados

 

No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, terá lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, entre 17 e 19 de Janeiro de 2024, o Congresso Internacional As Consciências Religiosas perante o Colonialismo: Vivências e Legados. Uma co-organização de Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, Centro de Estudos Internacionais do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa, Centro de História da Universidade de Lisboa, Instituto de Estudos Sociais e Económicos, Instituto de História Contemporânea da Universidade NOVA de Lisboa e Queen’s University Belfast.

Este congresso internacional visa, entre outros objetivos, lembrar e dar conhecer aqueles que, por imperativo da sua consciência, levantaram a sua voz contra a desumanidade do colonialismo. Pretende, igualmente, avaliar o peso político e social das heranças religiosas no rumo das sociedades outrora colonizadas, mormente nas africanas.

 

 

Programa resumido

 

17 de janeiro

15:00 | PAINEL 1: Práticas, discursos e suas reverberações nos séculos XVI-XIX

18:00 | CONFERÊNCIA DE ABERTURA: Didier Peclard (Université de Genève), Cristianismo e formação do sujeito (pós-)colonial. Notas sobre a historiografia da dimensão religiosa do Estado em África

18 de janeiro

9:00 | PAINEL 2: Religião e colonialismo português I

11:00 | PAINEL 3: Religião e colonialismo português II

14:00 | PAINEL 4: Resistências religiosas ao colonialismo

16:00 | PAINEL 5: As igrejas ditas “estrangeiras” nos espaços coloniais

19 de janeiro

9:00 | PAINEL 6: A diocese e o bispo da Beira

11:00 | PAINEL 7: Consciências religiosas e ruturas com o colonialismo

14:00 | PAINEL 8: A reconstrução político-social e as revivescências religiosas

16:00 | SESSÃO DE ENCERRAMENTO

 

>> Programa completo <<

 

>> Resumos <<

 

 


 

 

Chamada para comunicações

 

As formas de consciência religiosa – desde as locais e ancestrais às chegadas a África pela mão de colonos – podem encerrar uma síntese da história humana. Em contexto colonial, as consciências religiosas tiveram de lidar consigo mesmas, isto é, com a sua utilidade na conformação da relação entre colonos e colonizados nas múltiplas situações coloniais. O colonialismo e as mudanças na era pós-colonial puseram em causa o universalismo da mensagem de algumas religiões, mormente das que foram veículo de valores ditos ocidentais, que, em todo o caso, tiveram um papel relevante na progressiva afirmação dos colonizados.

Em diferentes contextos e sob diversas formas, por indução de missionários europeus e africanos, a catequização e a conversão foram, inadvertidamente ou não, veículos de criação de consciência individualista e, subsequentemente, política, a maior parte das vezes no sentido anticolonial. Mesmo se não orientada para a luta nacionalista, a resistência anticolonial em nome de imperativos religiosos – pregados por religiosos africanos – não terá sido menos significativa na corrosão das certezas de colonos. Por força do manejo africano das mensagens religiosas, nem sempre a dominação colonialista (e, também, as formas de sujeição vigentes após as independências) correspondeu à subalternização espiritual dos africanos ou colonizados.

Todavia, nem por isso as consciências ou visões religiosas deixaram de ser instrumentalizadas, além de terem sido sobranceiramente depreciadas por líderes nacionalistas, que, imbuídos de uma fé profana nos seus próprios lemas políticos, as acusavam de serem veículo de alienação e de sujeição.

Depois de terem sido objeto de ataque cerrado de arautos dos novos credos libertadores – como as ideologias –, as consciências religiosas sobreviveram a vicissitudes e a provações políticas, enquanto as ideologias caíam fragorosamente. Não raro, dirigentes políticos alijaram a ideologia, trocando-a pelo pragmatismo ou pelo autoritarismo, amparados, quando possível e crível, pela invocação do divino.

Atualmente, feitas um trunfo político em várias partes do mundo, as crenças religiosas vêm condicionando, sob múltiplas formas, os desígnios políticos na África independente, mormente nas antigas colónias portuguesas. Se, nalguma medida, as crenças e as consciências religiosas dependem das contingências da deriva das sociedades, também não deixam de se ancorar na experiência histórica, por vezes, contra, o colonialismo.

*

Para este Congresso Internacional – As Consciências Religiosas perante o Colonialismo: Vivências e Legados, aceitar-se-ão propostas que desvendem a multiplicidade das vivências religiosas no quadro colonial, dos seus usos políticos e sociais conducentes a diversas atitudes, desde a aceitação à recusa da situação colonial.

Aceitar-se-ão igualmente propostas que avaliem as heranças religiosas na evolução política do pós-independência, no qual, frequentemente, atores e instituições políticas tenderam, implicitamente, a replicar procedimentos similares aos religiosos, outrora criticados, para lograrem a imposição de suas verdades.

*

As propostas de comunicação, em *docx, entre 180 a 200 palavras, deverão ser enviadas para o e-mail religcolon24@mail.com até ao dia 1 21de Outubro de 2023 [NOVO!].

Sem pagamento de inscrição, os custos de participação correm por conta dos participantes.

Línguas de trabalho: Português, castelhano, francês e inglês

 

Eixos temáticos

  • Consciências religiosas e guerras
  • Independências e ideologias versus crenças e práticas religiosas
  • Igreja a favor do colonialismo – da civilização ao lusotropicalismo
  • Críticas religiosas ao colonialismo português
  • Consciências religiosas e guerras de libertação/descolonização
  • Os bispos portugueses e o colonialismo
  • O colonialismo português, a fé e as independências – o bispo D. Sebastião Soares de Resende, sua história e suas influências
  • Movimentos de libertação, igrejas e religião
  • A Igreja na transição para as independências
  • Tipologias das consciências religiosas em situação colonial
  • Memórias e heranças das práticas religiosas em contexto colonial e do colonialismo nas atuais igrejas

 

>> 📎 Descarregar a chamada para comunicações (PDF) <<

 

Comissão organizadora

 

Augusto Nascimento (CH-ULisboa)
Eric Morier-Genoud (Queen’s University Belfast)
Magdalena Bialoborska Chambel (CH-ULisboa)
André Morgado (secretariado) (CH-ULisboa)

 

Comissão científica

 

Ana Mónica Fonseca (CEI — Iscte-IUL)
Augusto Nascimento (CH-ULisboa)
Carlos Almeida (CH-ULisboa)
Chapane Mutiua (UEM)
Conceição Neto (UAN)
Didier Péclard (Université de Genève)
Eric Morier-Genoud (Queen’s University Belfast)
Éva Sebéstyén (CEAUP)
Eugénia Rodrigues (CH-ULisboa)
Fernando Tavares Pimenta (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)
Iracema Dulley (PPGAS | UFSCar)
João Miguel Almeida (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)
José da Silva Horta (CH-ULisboa)
Marçal Paredes (PUCRS)
Marcelo Bittencourt (NEAF, UFF)
Maria Inácia Rezola (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)
Miguel Bandeira Jerónimo (CES-UC)
Natalia Zawiejska (Institute of Religious Studies, Jagiellonian University in Krakow)
Paulo Fontes (CEHR-UCP)
Pedro Aires Oliveira (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)
Ruy Blanes (CRIA ISCTE)
Salvador Salvador Forquilha (IESE)
Teresa Cruz e Silva (UEM)
Victor Barros (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)

 

 

Cartaz da chamada para comunicações do congresso internacional “As Consciências Religiosas perante o Colonialismo: Vivências e Legados”, organizado no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Terá lugar no Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa entre 17 e 19 de Janeiro de 2024. O prazo de submissão para comunicações é 21 de Outubro de 2023. O cartaz inclui uma fotografia de um “altar pagão” de São Tomé e Príncipe.

 

Imagem © José Chambel

 

Tempo

17 (Quarta-feira) 3:00 pm - 19 (Sexta-feira) 4:30 pm

Localização

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Alameda da Universidade MB, 1600-214 Lisboa

Organizador

Várias instituições

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