abril, 2025

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The aim of the conference is to look back at the 1974-1975 revolution and workers' power on the 50th anniversary of those years of significant changes. A Revolução e
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Detalhes do Evento
The aim of the conference is to look back at the 1974-1975 revolution and workers’ power on the 50th anniversary of those years of significant changes.
A Revolução e o Poder dos Trabalhadores nas Empresas e nos Campos (1974-1975)
Três características parecem moldar a enorme explosão social do mundo do trabalho na sequência do movimento militar de 25 de Abril de 1974. Em primeiro lugar, é sob o impulso das reivindicações dos operários fabris, dos trabalhadores dos serviços, dos assalariados rurais do Alentejo e Ribatejo e dos moradores dos bairros populares nas principais cidades do litoral que o golpe militar se transforma num processo revolucionário apontando, ainda que de forma diversa, para o socialismo.
Em segundo lugar, essa avalanche, em gestação desde as lutas dos anos finais da ditadura, avança um reportório reivindicativo onde se juntam as melhorias imediatas dos salários, do emprego, das condições do trabalho e da vida às exigências do saneamento dos patrões e gestores ligados à repressão e ao regime deposto ou à sabotagem económica, colocando a questão da propriedade mas também do poder dos trabalhadores nas empresas, nos campos do Sul, no mundo urbano.
Em terceiro lugar, o movimento popular organiza-se espontaneamente a partir de baixo com a eleição nas fábricas, nos serviços, nas escolas, nos bairros e nos campos do Sul, por iniciativa dos trabalhadores, de centenas de novos órgãos de vontade popular: as Comissões de Trabalhadores, as Comissões de Moradores, as cooperativas. Desafiam os sindicatos, a Junta de Salvação Nacional, os governos provisórios e os partidos que os integram e mesmo a repressão militar. Coordenaram as lutas e avançam para formas inéditas de auto-gestão e de controlo operário.
Olhar para a revolução de 1974/75 e o poder dos trabalhadores no cinquentenário desses anos de brasa e de esperança é o objectivo desta conferência. Analisando casos concretos de lutas emblemáticas em empresas, sectores industriais e zonas da Reforma Agrária, através da pesquisa recente de uma nova geração de investigadores ou de testemunho vivido de participantes veteranos. Tarefa tanto mais urgente quanto o revisionismo conservador das ciências sociais procura desqualificar ou silenciar a história do movimento operário. Torná-la criticamente presente surge assim como uma ferramenta essencial para encarar os desafios e as sombras do mundo de hoje.
Programa
Sexta feira, 4 de Abril
14h00 | Abertura – Luís Trindade
14h30
O trabalho: entre as promessas de Abril e a regulação neoliberal – José Soeiro
Comissão de Trabalhadores, cooperativas, sindicatos. Novas e velhas formas de organização popular – Fernando Rosas
Autogestão e controlo operário (I)
A Banca – Ricardo Noronha
15h30 | Debate
16h00 | Autogestão e controlo operário (II)
Sogantal – Pamela Cabreira
Mundet – Miguel Pérez
Nutripol – Luís Farinha
17h00 | Debate
Sábado, 5 de Abril
10h00 | Abertura
10h30 | Extensão regional das lutas sociais
No distrito de Setúbal – João Pedro Santos
No Alentejo – Constantino Piçarra
11h15 | Debate
11h45 | A construção naval
Lisnave – Santana Henriques
Setenave – Jorge Fontes
Alfeite – Luís Filipe Pereira
12h45 | Debate
13h15 | Pausa para almoço
15h00 | Movimentos locais
Lanifícios da Covilhã – Joana Dias Pereira e Luís Garra
Cooperativas da Azambuja – Bruno Filipe Brito
Marinha Grande/ fábrica Pereira Roldão – Emília Margarida Marques
16h00 | Debate
16h30 | Conclusão dos trabalhos
Tempo
4 (Sexta-feira) 2:00 pm - 5 (Sábado) 5:00 pm
Organizador
Institute of Contemporary History — NOVA School of Social Sciences and Humanities and CULTRA