abril, 2024
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Conference organised by the IHC and the Lisbon Geographical Society as part of the International Day for Monuments and Sites. With Luís Raposo. Património Cultural
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Conference organised by the IHC and the Lisbon Geographical Society as part of the International Day for Monuments and Sites. With Luís Raposo.
Património Cultural e Museus Antes e Depois do 24 de Abril de 1974
O domínio do património cultural em sentido amplo pode constituir um campo de análise especialmente revelador do que constituiu a transformação operada pelo golpe de estado, logo feito revolução democrática, de 25 de Abril de 1974. De todos os campos patrimoniais, arriscamos afirmar que o da arqueologia é o mais iluminante, por ser o mais democrático. Não admira, pois, que no rescaldo imediato do 25 de Abril fosse a arqueologia que tomasse a dianteira contestatária e ainda hoje, de resto, para o bem e para o mal, ela vive dessa fama. Logo em Junho de 1974, realizou-se no Ateneu de Lisboa um Plenário dos Arqueólogos onde se elegeu uma Comissão Coordenadora destinada a propor as bases de um Serviço Nacional de Arqueologia. Nos museus, ao invés, o 25 de Abril entrou com pés de veludo. A Associação Portuguesa de Museologia (APOM) teve o seu momento áureo, promovendo sucessivos colóquios muito vivos, onde surgiram territórios novos, como os dos museus locais, dos ecomuseus e da sociomuseologia. Mas tudo foi tão cordato, tão continuista, que até a comissão nacional do ICOM (organização do sistema da UNESCO, criada em 1947 com o expresso estatuto de “não governamental”), evoluiu logo em 1974 de nomeada pelo Governo para eleita, mantendo basicamente a mesma elite dirigente. No património arquitectónico, a influência das Obras Públicas, protagonizada pela velha Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, manteve-se até bem mais tarde. A verdadeira revolução de Abril morava no espantoso movimento das Associações de Defesa do Património (que chegaram a ser muito mais de meio milhar). Passadas quatro décadas, podemos dizer com justificado orgulho que construímos um País novo. Temos liberdade de “falar sem um nó na garganta”, de “correr sem que seja fugir”.
Sobre o orador:
Luís Raposo – Arqueólogo. Especialista em Pré-História Antiga (Paleolítico). Museu Nacional de Arqueologia: Arqueólogo desde 1980. Director entre 1996 e 2012. Responsável do Sector de Investigação entre 2012 e 2021. Associação dos Arqueólogos Portugueses: Presidente do Conselho Fiscal desde Março de 2012. Vice-Presidente da direcção desde 2015. Comissão Nacional Portuguesa do ICOM: Presidente da Direcção desde 2009 até Março de 2014. ICOM Europa: Membro da direcção desde 2011. Vice-Presidente desde 2013. Presidente desde 2016 ICOM Internacional: Membro do Comité de Avaliação do Plano Estratégico e do Grupo de Trabalho sobre Estatutos e Governança; Membro do Comité Permanente do Projecto EU-LAC Museums; Membro do Comité de Partes Interessadas do Ano Europeu do Património Cultural; Membro do Conselho Executivo mundial (desde 2022). Ensino Universitário: Universidade de Lisboa (Faculdade de Letras): Professor convidado, entre 2005 e 2014; Instituto Politécnico de Tomar: Professor convidado, entre 1999 e 2005; Universidade Lusíada: Professor convidado, entre 1984 e 2003.
Tempo
(Terça-feira) 3:00 pm - 4:30 pm
Organizador
Institute of Contemporary History — University of Évora and Geographical Society of Lisbon