A exposição “Habitar Siza: a arquitectura por quem lá mora”, com curadoria de Eduardo Ascensão (CEG-IGOT) e Paulo Catrica (IHC — NOVA FCSH), vai ser inaugurada a 10 de Setembro às 19h, integrada na Trienal de Arquitectura de Lisboa. Esta exposição representa o culminar do projecto “Habitar Siza”, que tinha como objectivo principal responder à questão “qual a relação dos moradores com os edifícios de Siza Vieira?”.

Na exposição, os curadores analisaram “o modo como as pessoas que habitam espaços desenhados por Álvaro Siza experienciam e interagem com a disposição espacial dos seus apartamentos, as micro-tecnologias da casa, os espaços públicos dos edifícios e o estatuto de atracção turística dos prédios onde moram”, procurando “preencher a lacuna de investigação existente sobre a obra de Siza, relativa à quase ausência de estudos sobre a recepção e apropriação da sua arquitectura por quem lá mora”, como se pode ler no site oficial da Trienal.

Seguindo uma abordagem etnográfica, o projecto debruçou-se sobre três casos de estudo com características e populações-alvo diferentes: o Bairro da Bouça, no Porto (concebido para população de baixos rendimentos); a Malagueira, em Évora (população de classe média-baixa); e Terraços de Bragança, em Lisboa (população de rendimentos muito altos). A equipa recorreu “a entrevistas aprofundadas a quem habita os lugares, visitas a casa e solicitação fotográfica de olhar ‘a pessoa em acção’ com a habitação”.

Antes da inauguração propriamente dita, pelas 17h, terá lugar a conversa “Habitar Siza e as geografias da arquitectura”, que se iniciará com intervenções de diversos investigadores/as e incluirá ainda a conferência “Fazer Palavras com Coisas: A política e a poética dos conjuntos habitacionais do atelier Elemental“, proferida por Ignacio Farías (Universidade de Humboldt).

A exposição vai estar patente, com entrada livre, no Palácio Sinel de Cordes, até 3 de Novembro de 2024.

Fotografia: Bairro da Bouça, no Porto (Crédito: Eduardo Ascensão)