Conferência organizada pelo grupo de investigação Cultura, Identidades e Poder. Com Diego Palacios Cerezales.

Revisitar o 18 de Brumário de Louis Bonaparte:

o lumpen-proletariado e a mobilização bonapartista de 1851

Diego Palacios Cerezales (Universidad Complutense de Madrid)

O golpe de Estado de 1851 de Luís Napoleão Bonaparte colocou à prova a análise de classes de Karl Marx. Nesta conferência, analisa-se uma fonte que, apesar do interesse da historiografia francesa pela politização popular, se encontrava por explorar: as 1.6 milhões de assinaturas que solicitaram uma reforma constitucional que teria permitido, ao então presidente, um segundo mandato sem recurso ao golpe. Foi a maior petição do século XIX. A análise da mobilização bonapartista que antecedeu o golpe oferece-nos uma nova perspectiva sobre a experiência democrática francesa de 1848-1851 e as relações entre populismo, classe e Estado.

Sobre o orador:
Diego Palacios Cerezales é Investigador Ramón y Cajal na Universidade Complutense de Madrid. Foi professor na Universidade de Stirling e é investigador associado do Instituto de História Contemporânea da NOVA FCSH. Tem investigado a história dos movimentos sociais e da polícia. Entre outros, é autor dos livros Portugal à coronhada – Protesto Popular e Ordem Pública nos Séculos XIX e XX e O poder caiu na rua: crise de estado e acções colectivas na revolução portuguesa. Encontra-se a escrever uma história transnacional sobre as recolhas de assinaturas.

Local: Sala de Formação da Biblioteca Nacional de Portugal

ENTRADA LIVRE

Imagem: Le général Bonaparte au Conseil des Cinq-Cents, à Saint Cloud. 10 novembre 1799. François Bouchot (1800 – 1842) (Fonte)