maio, 2019
Detalhes do Evento
Conferência internacional sobre os usos da Idade Média na construção da(s) identidade(s) luso-brasileira(s) nos séculos XIX e XX. Chamada aberta até 19 de Março. Medievalismos Luso-Tropicais, Orientais e pós-Luso-Tropicais:
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Detalhes do Evento
Conferência internacional sobre os usos da Idade Média na construção da(s) identidade(s) luso-brasileira(s) nos séculos XIX e XX. Chamada aberta até 19 de Março.
Medievalismos Luso-Tropicais, Orientais e pós-Luso-Tropicais:
Encruzilhadas da definição da Idade Média portuguesa como passado do Brasil.
C. 1850-C. 1980
Produto da colonização portuguesa e dos processos políticos das épocas moderna e contemporânea, o Brasil é uma nação cuja identidade, à semelhança das restantes nações americanas, tem sido construída sobretudo com base num passado pós-medieval. Esta caraterística, porém, não tem impedido que elementos da Idade Média europeia, e especificamente portuguesa, tenham surgido e sido incorporados na cultura histórica brasileira, influenciando a imagem que os brasileiros criaram sobre si próprios. Particularmente relevante foi a obra de Gilberto Freyre (1900-1987), intelectual cujas teses foram alvo de uma especial apropriação política por parte do Estado Novo em Portugal, mas que também marcaram de forma indelével as narrativas sobre a identidade nacional brasileira. A ideia do Portugal medieval como “melting pot” de culturas diversas (cristãos, muçulmanos e judeus), embora já defendida por vários autores desde o século XIX, serviria de base para as teorias de Freyre em torno de uma suposta “propensão portuguesa” para o bom relacionamento com os povos tropicais – teorias estas que, na altura da sua produção, foram alvo de fortes polémicas no Brasil e que seriam mais tarde descritas como “luso-tropicalismo”.
Decorridos mais de 30 anos sobre a morte de Gilberto Freyre, o Instituto de Estudos Medievais (IEM), o Instituto de História Contemporânea (IHC) e a revista Práticas da História abriram um espaço de discussão académica sobre os usos da Idade Média na construção da(s) identidade(s) luso-brasileira(s) nos séculos XIX e XX. Na sequência de um primeiro seminário exploratório, realizado em Abril de 2018, reunindo as conclusões deste e abrindo novos caminhos, será realizada uma conferência nos dias 9 e 10 de Maio na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Programa:
9 de Maio
14h00 – Almoço
14h45 – Abertura
15h00 – “Hispanotropicologia e hipótese do homem ibérico do Renascimento”, Pablo González Velasco
15h30 – “Histórias sem fronteiras: o Brasil que Gilberto Freyre criou”, Marcos Cardão
16h00 – Debate
16h30 – Coffee break
16h00 – “Arminhos, onças, gaviões e outros signos medievais e epopeicos brasileiros: a heráldica no Romance d’A Pedra do Reino de Ariano Suassuna”, Miguel Metelo de Seixas
17h30 – “O medievalismo na arquitetura brasileira do século XX: o caso do Castelo de Itaipava”, Dinah Papi Guimaraens, João Batista da Silva Porto Junior e Marina Vasconcellos de Carvalho
18h00 – Debate
10 de Maio
10h00 – Palestra – Hilário Franco Júnior: “O mundo de ponta-cabeça sertanejo: O País de São Saruê”
10h45 – Debate
11h15 – “O ‘Dom Sebastião brasileiro’: a construção da imagem messiânica de Plínio Salgado como chefe da Ação Integralista Brasileira (1932-1937)”, Rodrigo Santos de Oliveira e Michelle Vasconcelos Oliveira do Nascimento
11h45 – “Do orientalismo de A. Lopes Mendes nos escritos sobre O Oriente e a América…”, Ana Paula Menino Avelar
12h15 – Debate
13h00 – Pausa para almoço
14h30 – “As sereias que singraram o Atlântico”, Andréa Caselli
15h00 – “O sertão e suas cores: ecos do medievalismo português no nordeste brasileiro”, Priscilla Pinheiro Quirino
15h30 – “As raízes medievais na construção da identidade jurídica brasileira”, José Djalisson Santos Oliveira
16h00 – Debate
16h45 – Síntese
Maria de Lurdes Rosa e Pedro Martins
Entre os tópicos sugeridos incluem-se:
- Os contextos culturais e políticos de produção do “luso-tropicalismo” e a sua relação com as várias representações da Idade Média portuguesa;
- Os autores que influenciaram as teorias de Gilberto Freyre sobre o Portugal medieval;
- A relação entre as teorias de Gilberto Freyre e discursos e representações orientalistas de Portugal e do Brasil;
- O modo como tem sido interpretada, na historiografia portuguesa e brasileira contemporânea, a “influência do Portugal medieval” no
- desenvolvimento da sociedade brasileira até à atualidade, atendendo às diversas visões (de cariz mais “tradicionalista” ou “progressista”) sobre a
- Idade Média portuguesa que se desenvolveram ao longo do século XX.
Chamada para trabalhos (📎 PDF)
Instruções para o envio de propostas para comunicações:
As propostas, consistindo num abstract até 300 palavras e numa pequena nota biográfica (até 60 palavras), deverão ser enviadas até ao dia 10 19 de Março de 2019, para medievalismos@fcsh.unl.pt, numa das seguintes línguas: português, inglês, francês ou espanhol.
A divulgação das propostas aceites será feita por e-mail no dia 25 de Março.
Um volume de textos selecionados por arbitragem científica será publicado em 2020.
Uma versão escrita das comunicações, contendo entre 6 000 e 10 000 palavras e seguindo as normas de submissão da revista Práticas da História, deverá ser enviada para o e-mail referido até ao dia 30 de Novembro de 2019.
Após decisão positiva dos pareceristas anónimos, a versão final dos artigos submetidos será publicada num número temático da revista Práticas da História, previsto para a segunda metade de 2020.
Organizadores
Maria de Lurdes Rosa (IEM – NOVA FCSH)
Pedro Martins (IHC – NOVA FCSH)
Nadia Altschul (University of Glasgow)
Tempo
9 (Quinta-feira) 2:00 pm - 10 (Sexta-feira) 5:30 pm
Organizador
Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, Instituto de Estudos Medievais - NOVA FCSH e Revista Práticas da História