maio, 2019

09mai(mai 9)2:00 pm10(mai 10)5:30 pmMedievalismos Luso-Tropicais, Orientais e pós-Luso-TropicaisConferência internacional2:00 pm - 5:30 pm (10) NOVA FCSH, sala a anunciar, Avenida de Berna, 26 — 1069-061 LisboaTipologia do Evento:Conferência

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Detalhes do Evento

Conferência internacional sobre os usos da Idade Média na construção da(s) identidade(s) luso-brasileira(s) nos séculos XIX e XX. Chamada aberta até 19 de Março.

 

Medievalismos Luso-Tropicais, Orientais e pós-Luso-Tropicais:

Encruzilhadas da definição da Idade Média portuguesa como passado do Brasil.

C. 1850-C. 1980

 

Produto da colonização portuguesa e dos processos políticos das épocas moderna e contemporânea, o Brasil é uma nação cuja identidade, à semelhança das restantes nações americanas, tem sido construída sobretudo com base num passado pós-medieval. Esta caraterística, porém, não tem impedido que elementos da Idade Média europeia, e especificamente portuguesa, tenham surgido e sido incorporados na cultura histórica brasileira, influenciando a imagem que os brasileiros criaram sobre si próprios. Particularmente relevante foi a obra de Gilberto Freyre (1900-1987), intelectual cujas teses foram alvo de uma especial apropriação política por parte do Estado Novo em Portugal, mas que também marcaram de forma indelével as narrativas sobre a identidade nacional brasileira. A ideia do Portugal medieval como “melting pot” de culturas diversas (cristãos, muçulmanos e judeus), embora já defendida por vários autores desde o século XIX, serviria de base para as teorias de Freyre em torno de uma suposta “propensão portuguesa” para o bom relacionamento com os povos tropicais – teorias estas que, na altura da sua produção, foram alvo de fortes polémicas no Brasil e que seriam mais tarde descritas como “luso-tropicalismo”.

Decorridos mais de 30 anos sobre a morte de Gilberto Freyre, o Instituto de Estudos Medievais (IEM), o Instituto de História Contemporânea (IHC) e a revista Práticas da História abriram um espaço de discussão académica sobre os usos da Idade Média na construção da(s) identidade(s) luso-brasileira(s) nos séculos XIX e XX. Na sequência de um primeiro seminário exploratório, realizado em Abril de 2018, reunindo as conclusões deste e abrindo novos caminhos, será realizada uma conferência nos dias 9 e 10 de Maio na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

 

Programa:

 

9 de Maio

14h00 – Almoço

14h45 – Abertura

15h00 – “Hispanotropicologia e hipótese do homem ibérico do Renascimento”, Pablo González Velasco

15h30 – “Histórias sem fronteiras: o Brasil que Gilberto Freyre criou”, Marcos Cardão

16h00 – Debate

16h30 – Coffee break

16h00 – “Arminhos, onças, gaviões e outros signos medievais e epopeicos brasileiros: a heráldica no Romance d’A Pedra do Reino de Ariano Suassuna”, Miguel Metelo de Seixas

17h30 – “O medievalismo na arquitetura brasileira do século XX: o caso do Castelo de Itaipava”, Dinah Papi Guimaraens, João Batista da Silva Porto Junior e Marina Vasconcellos de Carvalho

18h00 – Debate

 

10 de Maio

10h00 – Palestra – Hilário Franco Júnior: “O mundo de ponta-cabeça sertanejo: O País de São Saruê

10h45 – Debate

11h15 – “O ‘Dom Sebastião brasileiro’: a construção da imagem messiânica de Plínio Salgado como chefe da Ação Integralista Brasileira (1932-1937)”, Rodrigo Santos de Oliveira e Michelle Vasconcelos Oliveira do Nascimento

11h45 – “Do orientalismo de A. Lopes Mendes nos escritos sobre O Oriente e a América…”, Ana Paula Menino Avelar

12h15 – Debate

13h00 – Pausa para almoço

14h30 – “As sereias que singraram o Atlântico”, Andréa Caselli

15h00 – “O sertão e suas cores: ecos do medievalismo português no nordeste brasileiro”, Priscilla Pinheiro Quirino

15h30 – “As raízes medievais na construção da identidade jurídica brasileira”, José Djalisson Santos Oliveira

16h00 – Debate

16h45 – Síntese
Maria de Lurdes Rosa e Pedro Martins

 

 


 

Entre os tópicos sugeridos incluem-se:

  • Os contextos culturais e políticos de produção do “luso-tropicalismo” e a sua relação com as várias representações da Idade Média portuguesa;
  • Os autores que influenciaram as teorias de Gilberto Freyre sobre o Portugal medieval;
  • A relação entre as teorias de Gilberto Freyre e discursos e representações orientalistas de Portugal e do Brasil;
  • O modo como tem sido interpretada, na historiografia portuguesa e brasileira contemporânea, a “influência do Portugal medieval” no
  • desenvolvimento da sociedade brasileira até à atualidade, atendendo às diversas visões (de cariz mais “tradicionalista” ou “progressista”) sobre a
  • Idade Média portuguesa que se desenvolveram ao longo do século XX.

 

 

Chamada para trabalhos (📎 PDF)

 

Instruções para o envio de propostas para comunicações:

As propostas, consistindo num abstract até 300 palavras e numa pequena nota biográfica (até 60 palavras), deverão ser enviadas até ao dia 10 19 de Março de 2019, para medievalismos@fcsh.unl.pt, numa das seguintes línguas: português, inglês, francês ou espanhol.

A divulgação das propostas aceites será feita por e-mail no dia 25 de Março.

Um volume de textos selecionados por arbitragem científica será publicado em 2020.
Uma versão escrita das comunicações, contendo entre 6 000 e 10 000 palavras e seguindo as normas de submissão da revista Práticas da História, deverá ser enviada para o e-mail referido até ao dia 30 de Novembro de 2019.

Após decisão positiva dos pareceristas anónimos, a versão final dos artigos submetidos será publicada num número temático da revista Práticas da História, previsto para a segunda metade de 2020.

 

Organizadores

 

Maria de Lurdes Rosa (IEM – NOVA FCSH)
Pedro Martins (IHC – NOVA FCSH)
Nadia Altschul (University of Glasgow)

 

 

Cartaz da conferência "Medievalismos Luso-Tropicais, Orientais e pós-Luso-Tropicais"

 

Tempo

9 (Quinta-feira) 2:00 pm - 10 (Sexta-feira) 5:30 pm

Localização

NOVA FCSH, sala a anunciar

Avenida de Berna, 26 — 1069-061 Lisboa

Organizador

Instituto de História Contemporânea — Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, Instituto de Estudos Medievais - NOVA FCSH e Revista Práticas da História

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