Seminário organizado no âmbito do projecto sobre os trabalhadores portugueses sujeitos a trabalho forçado no III Reich.

“Arqueologia dos Campos de Trabalho Forçado:
Desafios e Hipóteses. Objectos e Histórias”
Thomas Kersting (Departamento de Arqueologia do Estado de Brandemburgo)

Há vinte anos, a Arqueologia, enquanto disciplina científica, não se debruçava sobre o legado do Nacional-Socialismo. Desde então, a situação tem vindo a mudar progressivamente. Na sequência das inúmeras escavações arqueológicas que decorrem nos antigos campos de concentração e de extermínio nazis, a Arqueologia tem vindo a assumir um papel preponderante na investigação do Holocausto e do Trabalho Forçado. Estas novas metodologias aplicadas à investigação histórica vieram ajudar a colmatar algumas lacunas no conhecimento, levantando novas questões que antes eram descuradas.
Esta comunicação vai centrar-se nos trabalhos arqueológicos desenvolvidos nos monumentos do Estado de Brandemburgo, na periferia da antiga capital do Terceiro Reich, onde se localizavam importantes campos de concentração e de trabalho forçado. É o caso dos dois campos de Sachsenhausen e Ravensbrück, e dos seus mais de 100 campos satélites, que desde 1959 e 1961, respectivamente, foram transformados em memoriais. Com a Reunificação da Alemanha tiveram início vários projectos de investigação e restauração nestes monumentos, que serão detalhadamente apresentados.

Sobre o orador:
Thomas Kersting estudou Pré-História, História da Idade Média e Geografia Histórica em Bona e Munique. Desde 1993, trabalha como director científico de grandes projectos de escavação e é, desde 1996, responsável pela conservação dos monumentos arqueológicos do Estado Berlim/Brandenburgo e, desde 2006, e director do Departamento de Arqueologia para todo o estado de Brandemburgo. As suas principais áreas de trabalho são a arqueologia da época eslava e, nos últimos anos, a arqueologia contemporânea.

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